Nos tempos gloriosos da faculdade eu era tristemente conhecida por ser certinho que no segundo dia de queimas e afins, estaria completamente afónica. E nem era por causa das coisas (que também era, mas não justificava ficar sem voz), era mesmo porque as minhas cordas vocais são como uma chita (demasiada convivência com livros sobre animais dá nestas comparações parvas...): têm um óptimo arranque e muita força, mas pouca estamina, não aguentam que se puxe por elas mais que uns minutos. Canto, falo alto, festejo a bem festejar uma noite e lá se vai a voz e transformo-me numa bagaceira em fim de vida útil.
Pois que agora tenho andado com voz de semi-bagaço nos últimos tempos. E se de início pensei que fosse de andar constipada, agora já não me engano: é mesmo por causa dos meus filhos. Mais que à loucura, eles levam-me à afonia.
Não há dia que passe sem que eu premeie o bom comportamento dos meus filhos com uma bela sessão de berros. E quando eu berro, até o vizinho do fundo da rua se põe a lavar os dentes como deve ser, é de uma potência tenebrosa. E quem paga as favas é a própria voz, que bem queria estar sossegada.
Isto só se curava com uns dois dias em modo Mariah Carrey ou Celine Dion em tour: caladinha, sem forçar a voz, sem falar mais que o mínimo e indispensável, apenas a bebericar cházinho com mel. Mas como eu não tenho um staff de 30 pessoas, antes dois filhos com a breca, o Mute com estes pequenos seres é um conceito perfeitamente impossível. Resta-me render-me à evidência e à minha nova voz, forever ressacada.
PS: Sabiam que a minha mãezinha, quando eu e os meus irmãos éramos miúdos e a arreliavamos (vamos por as coisas nestes termos), ficava muda e fingia que tentava falar e não conseguia e que era por nossa causa? É que ficávamos logo em sentido! Eu ficava mesmo aflita! Vou usar essa em breve, a ver se resulta...
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