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Mãe

Mães, it takes a village, não somos feitas de ferro!

Por Inês

Eu cada vez admiro mais as mães que não têm qualquer rede de apoio. Que não têm um pai com quem dividir as tarefas, que não têm uma avó que lhes alivie os dias, as horas, que não têm uma rede de apoio para ajudar a olhar pelos filhos, a cuidar dos filhos, a criar os filhos. 

It trakes a village to raise a child. Isto não significa apenas viver em comunidade, significa que é fundamental ter quem nos alivie o peso dos dias, quem nos alivie os braços, quem nos alivie a cabeça. 

Eu confesso, sem espinhas, se eu não tivesse um pai que faz tudo como se fosse eu, se eu não tivesse avós sempre disponíveis, se eu não tivesse quem me ficasse com os putos de vez em quando, ficar nem que fossem duas semanas seguidas só eu com eles, nesta altura do campeonato, dava-me para dar um tiro na cabeça, dava mesmo.

Sou zero a mãe mártir, a mãe galinha, sempre fui, e tenho muita sorte em ter esta village à minha volta. Porque se eu não tivesse, se coubesse apenas a mim estar com eles todo o tempo, eu estaria, com todo o amor a servir-me de combustível, mas estaria estoirada, esgotada, infeliz.

 Desde sempre fiz questão de envolver o pai dos meus filhos na sua criação. Não era apenas eu quem sabia embalá-los, quem sabia trocar a fralda, quem sabia dar banho. Havia coisas que só eu podia fazer, e outras que só ele fazia mesmo bem. E desde cedo que eles passaram tempo de qualidade com os avós, para que também nós pudéssemos descansar, aliviar. 

Agora, mais crescidos, já não há o baque da maternidade recente, aquele cansaço de noites mal dormidas, de hormonas aos saltos. Agora eles são mesmo uns chatos de vez em quando, fazem-me a cabeça em papa! Eles gritam, eles saltam, eles pegam-se, eles não nos ligam nenhuma até ao momento em que nos deitamos no sofá a descansar para então passar ao modo "Mãe-oh mãe-oh mamã-dá-me isto-ele fez-me aquilo- onde está isto-quero ver aquilo" É cansativo! A maternidade é maravilhosa mas também é muito cansativa e exasperante! Sempre, desde o primeiro dia, apenas eles e nós ganhamos anos, mudam as circunstâncias, mas as necessidades são as mesmas.  

Por isso eu admiro cada vez mais quem não tem mesmo uma pessoa que seja que lhe possa aliviar os braços. E por isso eu espalho a palavra: quem tenha, que aproveite essa village e largue a mão dos filhos nem que seja por um par de horas! Faz-nos maravilhas e não somos piores mães por isso! Somos mães mais humanas, menos super, menos mártires. Ninguém vai acender uma velinha por nós, a vida é como o anúncio, se eu não cuidar de mim, quem cuidará? 

Não temos de ter vergonha de assumir isso, que temos direito a estarmos cansadas, que temos direito a uma folga, a um tempo para o nosso silêncio, as nossas coisas. Nem que esse tempo seja passado a escrever sobre o direito que temos a ter esse tempo, hehe.

 

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