Verão é tempo de férias grandes! É tempo de viajar dentro ou fora do país, sozinho ou acompanhado, em família ou em grupo. Quem decide sair para um destino tropical tem de planear a coisa com um pouco mais de antecedência e tratar de alguns requisitos a priori. Reuni algumas dicas para quem for visitar um país tropical, mas que se aplicam também a outras viagens por isso leiam até ao fim!
Vamos lá começar tudo de início para que no final não escape nada! Quem vai viajar através de agência pode saltar o tópico “Antes de sair” pois destina-se exclusivamente a quem viaja por sua conta e risco.
Antes de sair:
É o primeiro e mais importante de todos os requisitos. No momento em que estamos a decidir o país a visitar, se este for fora da Europa, temos que confirmar se é necessário visto de entrada. Normalmente os vistos são pedidos nas embaixadas dos países não sendo obrigatória a deslocação às mesmas. Basta enviar o passaporte e fotografias e fazer o pedido de visto de acordo com outros documentos que forem solicitados. Façam as coisas atempadamente, se enviarem o pedido de visto por correio e não marquem a viagem sem terem a certeza de quando vão ter o visto. Os correios e as embaixadas podem-se atrasar, por isso certifiquem-se que tratam de tudo on-time!
A consulta do viajante é um passo importante para ficarmos a saber um pouco mais sobre a informação que recolhemos na net sobre doenças e alguns cuidados a ter no nosso país de destino, e para nos esclarecerem e aconselharem sobre a questão da vacinação.
Há países que exigem determinadas vacinas de entrada - e que somos mesmo obrigados no aeroporto a apresentar o boletim de vacinas - portanto não vale a pena facilitar. As vacinas para este efeito podem ser tomadas nos centros de vacinação internacionais. Normalmente na consulta do viajante fazem o encaminhamento.
Há quem faça, há quem não faça, a decisão fica ao critério de cada um, mas no caso de decidirem fazer um seguro devem optar por um que cubra assistência 24h/dia no país para onde se dirigem e transporte médico emergente, incluindo repatriação. Não é bom “chamar” o azar mas as coisas podem acontecer, bem sabemos, e o ditado já diz que o “seguro morreu de velho”.
No ar:
Se a viagem de avião for longa é bom levar roupas confortáveis e folgadas. Eu gosto sempre de viajar de calças e sapatilhas porque normalmente nos aviões as temperaturas são pouco temperadas: ou está muito frio ou muito calor. E se o calor se suporta bem de calças, já o frio de saia é incomportável sem cobertor nas pernas. Também detesto sentir frio nos pés e por isso não viajo de sandálias. Levo sapatilhas e meias e assim que chego descalço-me e ando só de meias. O uso de meias de descanso em viagens muito longas também está recomendado por causa da pressão, mas isso já vai de cada um.
É importante levantar de vez em quando e dar uma caminhada no - enoooorme - corredor do avião, para desentorpecer as pernas. Durante o voo devem-se fazer refeições ligeiras e beber muita água para hidratar. Para quem sofre dos ouvidos mascar pastilha elástica nas descolagens e aterragens também pode ajudar.
Na bagagem de mão para além de mudas de roupa diversas para qualquer azar, costumo levar um mini-necessaire com os meus produtos de higiene pessoal e uma mini-farmácia. Nunca se sabe onde podemos ficar retidos e assim temos ali um plano de emergência. Também nunca falta na minha bagagem de mão comidinha! Coisas práticas para transportar: tostas/bolachas, barras de cereais, papas para os miúdos (e para mim se necessário) e fruta. Ninguém passa fome!!!!
À chegada ao destino:
Talvez este seja dos pontos mais importantes. Consumir sempre água engarrafada, evitando assim águas da torneira não fervidas e/ou gelo. Evitar nas comidas de rua alimentos crus que sejam lavados com água corrente é um bom principio também. Quanto à utilização da água da torneira para lavar frutas legumes ou dentes, é preciso perceber se a água da torneira em questão pode ser usada para esses fins. Quem não quiser facilitar pode sempre optar por comer fruta descascada e lavar os dentes com água engarrafada. Na zona de África onde vivemos é tranquilo usar água da torneira para lavar alimentos e dentes, mas fora de casa não facilito e quando comemos fora, por exemplo, temos sempre o cuidado de comer tudo cozinhado.
Toda a gente já saber mas nunca é demais relembrar e insistir neste tópico. Chapéu, protetor, chapéu, protetor, chapéu, protetor, por favor!!!! Não vale aquela máxima de “ah aqui o sol não é forte e não queima nada...” Deve-se usar sempre, porque a nossa pele não está habituada nem àquele clima nem àquele sol. Chapéu e protetor solar também viajam comigo na bagagem de mão, toca a adicionar lá este tópico também!
Privilegiar roupas claras e frescas e de preferência que protejam a pele o mais possível. Echarpes e lenços são um must na minha mala e os meus fortes aliados no combate aos mosquitos se andar na rua na hora deles. Outra coisa que é obrigatório na minha mala é um impermeável, que dá sempre jeito quer como protetor de chuva, quer como corta-vento. Para quem viaja com miúdos as musselinas grandes tipo swaddle também são ótimas para proteção de bebés e crianças mas não substituem as mangas compridas.
Deve-se levar sempre um repelente de insetos para aplicação tópica e deve-se andar sempre com o repelente atrás. O repelente deve ser aplicado em toda a pele exposta, excepto na zona dos olhos e boca, e sempre por cima do creme hidratante ou do protetor solar. Para quem viaja com crianças existem no mercado repelentes naturais, à base de óleos essenciais, em alternativa aos repelentes mais fortes da farmácia que muitas vezes nem são permitidos usar em miúdos. Também existem pulseiras anti-mosquitos, à base de citronela, que as crianças podem usar e que afastam os mosquitos. Espreitem no Amazon que encontram muitas opções.
Devem confirmar se o sítio para onde vão dispõe de rede mosquiteira que é muito importante especialmente durante a noite. Uma vez mais para quem viajar com crianças e não quiser arriscar, pode sempre levar uma rede do IKEA para crianças, cabe numa mala de viagem grande, dá jeito para qualquer eventualidade e custa 10 euros. Há quem pulverize a rede mosquiteira com repelente mas isso eu já acho demasiado. Pode-se colocar em alternativa um anti-mosquitos na corrente elétrica ou optar por aquela solução natural de meio limão espetado com cravinhos. Eu viajo sempre com óleo essencial de citronela que é um repelente natural e uso-o de diversas formas para afastar a mosquitada. Outras ideias também que ajudam no combate aos mosquitos são velas e incensos de citronela.
Ainda nos mosquitos vamos a uma das mais conhecidas doenças em alguns destinos mais escolhidos: malária ou paludismo. Não existe vacina para a malária e é importante decidir-se se se vai ou não fazer a profilaxia da malária. A medicação tem alguns efeitos adversos e nem toda a gente a quer fazer, e não invalida que se possa apanhar malária. No entanto cabe a cada um decidir. Em qualquer dos casos deve-se aplicar a fórmula dos três R´s no combate ao mosquito. Sabe-se que o mosquito da malária aparece no nascer e no recolher do sol por isso é preciso cuidado extra na exposição nessas horas do dia. Nós vivemos numa país onde há malária e não nos expomos nesses horários para nossa proteção, mas sobretudo para proteção dos miúdos. A malária nas crianças pode ser bastante perigosa.
Ao contrário da malária o mosquito da dengue pode picar a qualquer hora do dia, mas não será caso para demasiado alarme. Porém, e como já disse acima, o repelente deve andar sempre connosco e, se virmos que estamos numa zona de muitos mosquitos devemos aplicar de imediato o repelente.
Evitar o contacto com animais sobretudo em ambiente selvagem, dizem eles na consulta do viajante. Contudo no caso de haver mordedura deve-se lavar de imediato a ferida com água e colocar Betadine e recorrer, se possível, a um serviço de saúde nas 72h seguintes.
A nossa mala de primeiros socorros deve de ir cheia, nem que seja para a trazer de volta inteira, mas mais vale prevenir que remediar. Nunca se sabe o que as farmácias de lá têm por isso o melhor é levar tudo já de casa.
Para além dos ben-u-rons e brufenes devemos levar algum tipo de medicação para o enjoo e para possíveis gastroenterites. Por exemplo os sais para re-hidratação oral podem dar muito jeito no caso de seremos apanhados por uma diarreia ou gastroenterite.
Pensos vários e de vários tamanhos. Nós costumamos levar também sempre steri-trips, aqueles pensos que colam a pele no caso de haver uma abertura, e que funcionam como substituto dos pontos para fechar a pele. Estes pensos já nos deram muito jeito em situações adversas e não prescindimos deles para onde quer que vamos.
Outras coisas para levar na mala de medicamentos: Betadine e soro fisiológico para feridas, algodão e gaze esterilizada, um termómetro, um bálsamo para aplicar em galos e quedas e um creme/pomada/óleo para queimaduras ou picadas de inseto.
Bom, espero ter conseguido compilar informação importante para quem for fazer uma grande viagem, seja para onde for. De qualquer modo, e porque já estamos em modo de regresso: wish you a safe flight back home!
No regresso a casa
De volta a casa, e depois de umas férias maravilhosas onde não precisaram de por em marcha nenhum dos planos de contingência mencionados acima, vão precisar apenas de uma caixa de antidepressivos para regressarem ao trabalho. Boa sorte!
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