Ontem foi a festa de Natal do colégio dos miúdos e sai de lá verdadeiramente com o coração cheio! Portaram-se lindamente, vibraram com tudo e eu amei vê-los! E eu não sou nada mãe coruja, a sério...

E por falar em festas de Natal, eu já levo um punhado de  festas de putos no lombo...

Ora, há dois tipos de festas: aquelas em que os filhos actuam em palco e outra, mais moderninha, em que os pais actuam para os filhos. 

Já lá vão 5 anos destas festas na minha vida. Metade numa modalidade e a outra metade no polo oposto e uma certeza que eu cá tinha está mais que conformada. Por isso, acho que é meu dever dar o corpo às balas e falar por quem se acanha, por quem não tem coragem de enfrentar as educadoras tão empenhadas, as tradições mais empedernidadas. Então, aqui vai a reivindicação que faço por quem está do outro lado do mundo das festas de Natal.

As festas da escolinha são para os miúdos fazerem, não para os pais fazerem!

Esqueçam essas modernices idiotas que infantilizam os pais e põem  os miúdos ainda mais no trono.  Os pais não querem actuar, os pais querem assistir! Os miúdos não querem assistir, eles querem actuar! É tão melhor para os miúdos, é tão melhor para os pais, todos ficam satisfeitos, a sério!

Não inventem, não obriguem os pais a alinhar em  cenas infantis, a torcer ainda mais os seus horários apertados para ir a ensaios, a desdobrar-se com a organização e a sujeitar-se a uma cena que vai do tédio à humilhação. Não há necessidade, não mesmo. Nós vivemos para os nossos filhos, não precisamos de o provar com episódios embaraçosos, eles sabem o quanto os amamos todos os dias. 

Por outro lado, permitam que os miúdos vibrem com o seu dia especial, aprendam com os ensaios, se divirtam nos preparativos, riam com os fatos, superem o nervoso miudinho e brilhem muito em palco. Eles adoram e nós adoramos ve-los. 

Eu não quero estar em palco, eu não quero ver outros adultos a fazer figuras tristes em palco. Eu quero ver os meus filhos em palco, os seus coleguinhas, todos tão queridos, todos tão engraçados. Eles constroem memórias incríveis e nós também. 

Enquanto eles são demasiado pequeninos para lá estar sozinhos, tudo bem. Se há pais que fazem gosto em subir ao palco, perfeito! Tenho a certeza que são bem vindos, são de certeza o sonho da educadora e o seu filho vai gostar. Uma actuação de pais é gira de ver, sentimo-nos solidários e agradecidos pelo esforço extra, dou-lhes os parabéns! Mas toda uma festa assim, não pode ser, não há paciência. Não faz sentido. E sim, os filhos apanham seca também. Eles não preferem ver os pais, eles preferem viver aquilo tudo.

Basta de palermices!

 E pronto, está dito. Pais e mães que pensam como eu, não me deixem aqui sozinha a olhar para o lado, pelo amor do santo padroeiro dos pais stressados.