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Mãe

Os 10 Mitos da Maternidade

Por Inês Simões

Pouco depois do Miguel ter nascido fui parar a este artigo e à medida que lia, ia acenando, acenando, acenando que SIM. Indicava 6 mitos sobre a maternidade e eu não poderia concordar mais. 

Ou nem tanto. Na verdade não posso considerá-los mitos, tenho antes de considerá-los verdades minoritárias ou residuais que a maternidade moderna tornou verdades universais ou objectivos plenamente alcançáveis. Ficou sem fôlego? Eu também, voltemos então a Mitos. São mitos da maternidade que, não sendo (sempre) alcançáveis, mais não fazem do que criar culpa em nós, mães esforçadas e um pouco à nora.

Aqui ficam alguns desses mitos, que também são meus, à minha maneira, e mais alguns, que isto dá para todos. Ah! E uma verdade universal!

1 | O parto pode ser controlado pela mãe: "se eu for forte não preciso da epidural", "se eu for forte não terei de fazer cesariana", "eu quero um cesariana com data marcada", "eu vou ter um parto em casa sem problemas" - às vezes corre como queremos ou imaginamos, mas outras não. Na maior parte das vezes somos surpreendidas pela nossa gravidez e pelo nosso parto. E a culpa não é nossa, muito menos do nosso bebé.

2 | Quando o bebé nasce, apaixonamo-nos por ele automaticamente. Aconteceu assim com o meu segundo filho, com o primeiro, ainda fiquei a fazer alguma cerimónia... Não há problema se nos demoramos um pouco a deixar entrar no nosso coração essa nova pessoa que acabou de sair das nossas barrigas. Pelo contrário, há mães que ficam em branco, ou em vazio, não sentem nada, apenas angústia por não sentirem nada e acharem que estão à beira de um colapso nervoso. Mas não, é perfeitamente normal. São muitas as emoções que nos passam em cima, no parto, na gravidez, muito cansaço, muito stress, muitas hormonas, muitas expectativas. Não vale a pena ainda nos martirizarmos se olhamos para o rosto do nosso bebé e ele é um estranho. Nós acabámos de o conhecer!

3 | Amamentar é um momento de partilha maravilhosa entre mãe e bebé - Há mães que têm óptimas experiências, mas para a maior parte das mães (as que amamentam, porque há toda a outra parte que não amamenta and so what?), a subida do leite custou, a pega pode ser chata, o leite pode parecer pouco, o bolçar pode ser frustrante, tirar leite ser desconfortável, estar pronta a dar de mamar de duas em duas ou três em três horas um constrangimento e estar ali a dar de mamar uma valente seca. às vezes sim, às vezes não, durante uns tempos sim, durante uns tempos não. Não há sempre arco-iris ou nuvens cor de rosa, amamentar é dar de comer, pode ser bom, pode ser mau, pode ser apenas isso, dar de comer. E pode ser a única altura em que temos uns minutinhos seguidos para actualizar o feed do Facebook. Quantas vezes!!

4 | A maternidade é intuitiva - "a mãe é que sabe", "ler livros vale pouco", "a resposta está sempre lá". Pode ser verdade, mas não é lei, nem é obrigatório que tenhamos um GPS materno implantado no cérebro! Ninguém nasce ensinado, muito menos uma mãe. E porque nos devemos sentir culpadas se não sabemos porque é que o bebé está a chorar?! Outra vez?! Eu tenho para mim que a intuição não é mais que uma resposta que nos vem por impulso, feita das nossas experiências anteriores que nos lembram a situação actual. Informação é poder, por isso, podemos ler, conhecer, ter curiosidade, seguir um ensinamento com o qual concordamos e que seja a nossa cara e seguir a sua cartilha. Não tem mal nenhum! A minha cartilha é a da Tracy Hogg, a baby whisperer de todas as baby whisperers e aconselho a todas, mesmo!

5 | Passar o dia inteiro com o bebé é a melhor coisa do mundo - Podermos estar com o nosso bebé, sobretudo nos primeiros meses é o que a esmagadora maioria das mães mais deseja. Mas isso não quer dizer que se queira estar agarrada a ele 24/24 horas!! Nem que seja para dar um salto à mercearia, temos de desopilar um pouco! E sentirmo-nos livres como um passarinho por não estarmos com o nosso bebé não faz de nós más mães, faz de nós pessoas normais.

6 | Se eu for a mãe perfeita vou ter o bebé perfeito - Não há mães perfeitas, nem bebés perfeitos, porque ninguém é perfeito. Ninguém! E se a mãe do lado parece ter tudo sob controlo, não nos enganemos, ela pode andar tão às aranhas como nós... Este é um mito completo, nem verdade minoritária se pode considerar!

7 | Tudo o que o meu filho faz de errado é meu reflexo - Que culpa terrível, nem pensar! Se há criancinhas que não seriam tão... levadas da breca, diagamos assim... se aos paizinhos baixasse um pouco de coluna vertebral, o certo é que todos os miúdos fazem asneiras, têm problemas, têm defeitos e não há (quase) nada que os pais possam fazer para o evitar. Podem fazer um mundo de diferença a emendar, mas não conseguem ter o controlo total, pelo contrário. Há que ajudar a evoluir e emendar, não culpabilizar.

8 | Se eu tiver cuidado recupero a forma num instante - se for uma mãe a quem isso aconteceu, os meus mais sinceros parabéns! E já agora, não quer partilhar o contacto do médico?

9 | Eu consigo fazer tudo sozinha - TODAS precisamos de ajuda. It takes a village to raise a child. Uma mãe apenas conseguirá fazer tudo sozinha se estiver sozinha com o seu bebé numa ilha deserta, o que seria altamente lamentável... E não há que sentir culpa em pedir ajuda. Que não se pense em "pedir", mas sim em delegar, em confiar tarefas, em criar uma equipa do bebé.

| 10 | A única verdade no meio disto tudo: O amor entre mãe e filho é incondicional. Nós amamos os nossos filhos, por tudo e apesar de tudo e os nossos filhos amam a nós.

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2 comentário(s)

Inspired06 de Julho, 2015 às 10:12:14
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Inês, não podia estar mais de acordo! É por isso que gosto tanto de ti e do teu cantinho: não há lugar a fundamentalismos. Há lugar a uma partilha saudável entre mãe e filhos. Sem culpas. Sem dedos apontados. Obrigada!...

Inês S. 06 de Julho, 2015 às 16:48:07

Obrigada Inspired, que querida!! Fico muito contente, é tão bom saber ;))

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