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Mãe

Sexta antes do Pai

Por Inês

Amanhã é o dia do pai, mas a (cruel) prova de fogo é hoje, nas escolas de todo o país.
O pai cá de casa conseguiu virar a sua agenda do avesso, minar a próxima semana, mas conseguiu tirar a tarde para estar com os seus rapazes, e o que eles vão adorar! Vai ser uma tarde em cheio na escola, principalmente porque amanhã vai estar a trabalhar. 

Eu respirei de alívio, porque podia bem acontecer não ser de todo possível o pai dedicar aos filhos esta tarde e seria uma desilusão tremenda para eles e uma machadada de culpa para nós.


Nestes dias, por mais feliz que veja os meus filhos, e talvez por isso mesmo, nunca esqueço que para tantas crianças esta sexta-feira é muito cruel, por não terem o seu pai consigo.
Seja porque ele não possa, seja por estar longe, seja porque não se rale, seja porque não existe, por tantos motivos possíveis.
É impossível não haver danos neste dia para estes miúdos. Se as mães puderem lá estarão, bravas e valentes, a fazer de pai e mãe e fortaleza. Tirar o dia para prolongar o fim de semana e poupá-los à festa e presença dos outros pais é o consolo possível, mas há sempre as actividades programadas que levam dias de agitação, preparação, antecipação e muita expectativa dos miúdos. É inevitável e incontornável.

Nos meus tempos de criança não me lembro dos pais irem à escola, lembro-me dos desenhos, dos trabalhos, mas o show de hoje em dia, não. E sempre poupava um pouco quem estava na mó de baixo. 

Nestes tempos de hoje, em que as crianças ocupam um lugar central na sociedade, estas manifestações lindas de dias especiais devem ser cultivadas e incentivadas. Eu acredito que um mundo melhor será aquele em que qualquer pai ou mãe tenha a liberdade de mexer na sua agenda para reservar uma tarde inteira para dedicar aos filhos. Várias por ano! É esse o caminho. Mas há sempre as excepções, há sempre os impossíveis, há sempre os inexistentes. A nossa sociedade não é perfeita e nem todas as famílias são by the book, e não tem mal nenhum que assim o seja. Mas o efeito boomerang dos festejos by the book é tremendo e dói. 

Hoje eu dou o meu abracinho solidário a todos os pais que estão longe, que tiveram de trabalhar, que estão magoados.

E a todas as mães que não têm pais para dar aos seus filhos neste dia. Sejam valentes e bravas, por três. Vocês, os vossos amores maiores e aquele que não está cá hoje.

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2 comentário(s)

Sofia18 de Março, 2016 às 23:54:14
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Soube bem ler. Este desabafo podia muito bem ser o meu. Amanha vou ter 2 filhos a sofrer a ausência do pai que esta far far away. Prometo ser forte para eles. Obrigada pelo texto.

Elsa19 de Março, 2016 às 14:26:44
Responder

Não resisto a comentar o comentário anterior. Existem crianças cujo pai pode ter falecido ou outras que em situação de adopção singular só têm a mãe. ..

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