Das coisas que eu tenho pena é de ter deixado de cozinhar. Tenho uma enorme fama de ser uma cozinheira de mão cheia. Mas essa minha qualidade já não existe. Ficou a fama, foi-se o proveito.
Adorava (adoro) cozinhar. Sempre gostei de fazer pratos tanto elaborados quanto caseiros. Ia à internet tirar ideias, seguia receitas à risca, de outras tirava apensas inspiração. Mas um bom jantar era coisa que não faltava cá em casa.
Quando me casei gabava-me de ter estado os primeiros 4 meses a fazer jantares de entrada, prato e sobremesa sem repetir uma única refeição. Aquilo é que era vontade!!

E realmente, não cozinhava para mim, cozinhava porque gostava de agradar e dava-me um enorme prazer ver alguém de quem gostava a comer os meus cozinhados. Pensados, preparados, cozinhados com primor.

Apercebi-me que só cozinho bem quando estou apaixonada!

Não que não goste de cozinhar para os meus filhos. Mas eles não apreciam da mesma forma. Aliás, se os deixasse escolher, acho que queriam salsichas com ovos todos os dias!!

A cozinha precisa de tempo e de dedicação. E sozinha com eles fui simplificando. Até porque a maior parte das comidas que fazia, se as fizesse só para nós, iam transformar-se em restos para 3 dias. Simplifiquei tanto que acho que já não sei fazer comida de crescidos!! Esparguete à bolonhesa, almôndegas, bifinhos de frango, tranches de pescada no forno (vou variando o molho), agradeço aos céus a invenção dos douradinhos!

E quando estou sozinha, não cozinho para mim. Um iogurte, uma taça de cereais ou um ovo mexido são muitas vezes o meu jantar.

A cozinha é, hoje em dia, uma obrigação. Há pouco estava à frente do fogão a meter massa a cozer e pensei:
- Se tivesses marido em casa, fazias o quê para jantar?

Fiquei em branco e meti um pirex de douradinhos dentro do forno!

Preciso de me apaixonar outra vez para ver se me inspiro de novo! Ou então arranjar um tipo que adore cozinhar e me poupe à tortura que é ter ideias todos os dias.

Acompanhe a Kiki e a sua Família 3 e 1/2 no blog e FB