Andamos toda uma adolescência às turras connosco próprias à procura de uma identidade, para depois nos casarmos e passarmos a ser a mulher de alguém, para depois sermos mães e passarmos a ser a mãe de alguém.
Ligam da operadora dos telefones e perguntam:
- Estou a falar com a esposa do Sr Francisco?
Ligam da escola e perguntam:
- Estou a falar com a mãe do Joãozinho?
No fundo, aquilo que faz de nós aquilo que somos, é o conjunto de todas as identidades que possuímos!
A amiga da Rita, a mãe do João, a mulher do Francisco, a filha da Alice e a educadora da sala dos 4 anos. Vá lá, quando vamos ao cabeleireiro deixam-nos ser apenas a Carolina ou a Joana!
Na altura em que me separei, passei por uma nova busca de identidade! Já não era definitivamente a mesma Carolina, muito menos a mulher do Joaquim! Passamos por aquilo a que chamo o Processo de Borboleta! No instante imediato, sentimo-nos umas autênticas larvas!... A rastejar perante uma realidade que não escolhemos e a termos de nos alimentar dos restos que ficaram de uma vida que caiu aos bocados. Até que, com o passar do tempo, enfiamo-nos no casulo a procurar a nossa nova identidade e também uma nova forma de ver a vida e de enfrentar os problemas. Aprendemos a olhar para as pequenas coisas que acontecem à nossa volta e a sermos felizes com elas, aprendemos a ser independentes e auto-suficientes, aprendemos a re-gostar de nós próprias! E é nesse preciso momento, quando voltamos a apaixonar-nos POR NÓS, que nos transformamos em Borboleta! Prontas para levantar vôo e descobrir todas as novas flores que se atravessam no nosso caminho. Sejam os tempos em que somos a mãe de duas crianças que passam a viver sozinhas connosco, sejam os tempos em que passamos a ser uma nova mulher que quer enfrentar o mundo de frente, aproveitar o tempo livre com as amigas, fazer novos amigos e até descobrir um novo amor! E quando a senhora da operadora de telefones nos liga, já não quer falar com a mulher do António, mas sim connosco! E a sensação de liberdade é total!
Neste espaço, vou ser a mãe divorciada! Uma identidade que me custou algum tempo a aceitar, mas que é a que faz parte de mim hoje. Vou tentar partilhar convosco situações e reflexões pelas quais passei e passo, não enquanto amiga da Rita ou mãe do Joãozinho, mas enquanto Borboleta!
Espero que gostem! Vêmo-nos por aqui?
Podemos acompanhar as aventuras e desventuras da Kiki no maravilhoso Família de 3 e 1/2, uma das páginas mais divertidas, incisivas e tocantes do FB, a cara da sua autora.
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6 comentário(s)
Nem sei ainda se entrei na fase larva... acho que ainda não consigo identificar qualquer fase na minha vida... Talvez ande ainda meio perdida!! Mas eu chego lá... chego, chego!! Beijinhos Kiki
Eu tambem sinto-me de luto, o meu mundo desabou, sinto 1 dor profunda tanto sofrer zsem fazer nada e a esperar mudanças e apareceram mas p pior. Mais tratos físicos e psicológicos manchando minha reputação e pondo até meus familiares contra mim. E uru vivo trabalho casa e chorando. Espero 1 dia ser grliz
Adorei esta rubrica da qual eu apoio a cem por cento. Também não gosto ser tratada como a amiga de, a mulher de, a funcionária do(a). Chega!!! Cada um(a) de nós é uma "borboleta" e temos e devemos ter sim, a nossa propriamente liberdade. Um beijinho, Andreia.
Mesmo isto!
E mesmo isso...as pessoas tem tendencia a por rotulos as outras, o que n faz sentido algum. Mas eu em vez de borboleta escolhi um para mim q é "sou feliz". Depois de superadas todas as fases, sei q eu n deixei de ser eu, so fiz foi melhoramentos:-) e gosto do resultado. Faz todo o sentido esta rubrica :-) vou acompanhar. Bjinho
Vou seguir!
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