Uma das minhas queridas e grandes amigas do coração casou-se. Pela 2ª vez. Foi a primeira do meu círculo a inaugurar as segundas núpcias. É engraçado como passei parte destas últimas semanas a reviver momentos. A analisá-los e a compará-los.

Cheguei à conclusão que os segundos casamentos são um bocadinho como os segundos filhos.

No primeiro, o excitamento é mais que muito!!!

Um bando de pitas histéricas com a promoção das amigas à real emancipação. Algumas ainda moram em casa dos pais e nada como ter amigas a casar e a montar casa para podermos todas brincar às casinhas! Romarias à Area e à Zara Home para escolher almofadas, talheres, velas, cinzeiros, toalhas um máximo e cheirinhos óptimos para a casa. Depois brinca-se aos lanches e aos jantares. Umas vezes empandeiram-se os homens para ficarmos a falar sobre eles, sobre todos os detalhes do casamento e sobre os nomes que cada uma vai querer por aos filhos que um dia ainda há de ter.

O dia do casamento é um excitamento!! Ai o vestido da noiva, ai o noivo, ai quem é que vai apanhar o ramo da noiva, ai os primos do noivo que vêem do Porto! As leituras, as flores, os penteados e os fernicoques! Todas gritam de alegria, dançam comó caraças.

Um bocadinho como o primeiro bebé. Uma histeria pegada com as ecografias, os enxovais. No meu tempo não havia babyshowers que isso é moda dos blogues mais recentes. Mas havia todo um acompanhamento que as amigas faziam à grávida. Toda a gente sabia o nome e a data de nascimento da criança. Os dias em que iam ao médico, os dias das ecos. Ai de nós que não ligássemos a dar os parabéns pelos 5 meses da criança. E todas brincávamos às mães com os primeiros filhos umas das outras sem acreditar muito bem ainda que já estávamos mesmo a ficar adultas.

O segundo casamento, é muito mais calmo. Mais sereno. Talvez por já sabermos ao que se vai.

Não há histerismos com a roupa, as flores e os penteados. Nem sabemos o que as amigas vão levar vestido porque não fomos em romaria para as Amoreiras experimentar 50 vestidos.

Depois chegamos lá, olhamos umas para as outras e dizemos: - Foda-se! Mais 10 anos, alguns filhos e um ou outro divórcio em cima e estamos todas boas comá merda! A idade só nos fez foi bem!

A única coisa que interessa é que a nossa amiga está mega feliz. No primeiro casamento das nossas amigas, o noivo é tão giro e tão querido e teve óptimas notas na Católica e jogou rugby ou foi forcado e as paneleirices dos requisitos mínimos para o nubente ideal. No segundo casamento, uma pessoa está-se a cagar. Nem repara se é giro ou feio. Só tens a certeza que é um tipo porreiríssimo! Divertido, boa onda e boa conversa. Faz a nossa amiga feliz e adora os filhos dela. O resto que se lixe!

É como o segundo bebé. Queres lá saber da ecografia ou com quantas semanas ela está. Importa é se está tudo bem e se o bebé vem com saúde. E o gajo que não se lembre de nascer antes dos santos populares, senão ela já não pode vir à sardinhada!

É incrível como as coisas se relativizam. Como a verdadeira substância de tudo se enaltece quase como se tivesse estado em segundo plano sem percebermos. Deve ser a tal maturidade que andavam a apregoar por aí.

Uma pessoa ganha um bocado de experiência, de calo, de vida, de celulite também (que já não temos 25 aninhos) e tudo parece tão mais simples. Na verdade só queremos é ser felizes! Ter saúde, ter os filhos e os amigos por perto e gozar a vida!

E este fim‑de‑semana foi mesmo isso que eu vi e que me encheu de orgulho. Vi felicidade e vi vida! Porra!! É tão bom!

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