Eu nunca me achei propriamente um arraso, mas depois de ter tido o Miguel, o segundo filho, o meu corpo, sobretudo a minha barriga, nunca mais foram ao sítio. No pico do Verão, aquela altura do ano em que, se tudo correu bem (literalmente!) nos meses anteriores, os astros se alinham e estamos OK para a praia, a barriga lá continua, cheia de peles soltas e pregas. Há quase três anos já me queixava dela, e ainda não foi ao sítio.
Não sei se será este ano. Eu tenho partilhado - no Eu, Mulher, no Instagram e no Grupo do Facebook - o que eu tenho feito, mas não sei se o desfecho no Verão será diferente.
Seja como for, eu aprendi a aceitar e a estar em paz com o meu corpo.
Se eu estou apaixonada por todos os aspectos da minha aparência? Eu estaria a mentir se dissesse que sim. Se eu quero mudar? Claro que sim. Para melhor muda-se sempre e mais do que ter um certo aspecto, eu quero ser forte, saudável, ter um corpo a funcionar no seu pleno e na sua melhor versão possível. Os cuidados com a alimentação, o exercício físico e tratamentos estéticos são tão saúde quanto estética. Esse trabalho para a mudança não é incompatível com eu aceitar-me como sou. Eu abraço o meu corpo ao mesmo tempo que puxo por ele. Não é castigo nem sacrifício, é dar-lhe atenção, é cuidar dele.
Além de aceitar o que eu estou a mudar, eu sobretudo aceito o que eu não consigo mudar.
Cada falha, cada cicatriz, cada estria.
As minhas coxas grossas? Elas são fortes.
A minha barriga flácida? Carregou e fez crescer os meus dois filhos.
O meu peito assimétrico e mirradinho? Ele alimentou os meus dois filhos.
Todas nós temos falhas. Para quê martirizarmo-nos com isso? Não vale de nada, não faz nada pela nossa confiança e simplesmente faz-nos sentir inseguras e demasiado autoconscientes, críticas.
Eu simplesmente recuso-me a odiar o meu corpo. Não quando ele faz tanto por mim a cada dia que passa.
Eu aceito tudo o que de maravilhoso ele faz por mim, com tudo o que de limitado tem e vai ter cada vez mais.
Recuso-me a deixar que a percepção que as outras pessoas têm do meu corpo afecte a minha autoestima, e esforço-me por passar isso para os meus filhos - não só o valor que devem dar ao seu corpo, mas o valor que devem dar ao meu corpo e ao das outras pessoas, para que não julguem os corpos das outras pessoas como não devem julgar o deles.
Eu tento puxar pelo meu corpo todos os dias, eu nutro o meu corpo com bons alimentos (bem, a maior parte do tempo, mas eu sou muito apologista da lei da compensação hehe) e eu admiro as suas capacidades.
Não há absolutamente nada de contraditório entre aceitar o nosso corpo e querer mudá-lo. Não há mal nennhum em estabelecermos metas, com o objetivo de alcançar um certo nível. No entanto, eu sei que ter um determinado peso ou tamanho não significa que eu vá ser feliz. A felicidade não está prometida num espelho, eu tenho de ser feliz com o que tenho agora. Essa é a aceitação.
É mais que legítimo darmos tudo por tudo para conseguir o que queremos, mas sem esquecermos de ser gentis connosco próprias ao longo do caminho. Lembre-se de aceitar e respeitar o seu corpo.
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