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Filhos

Consultório de Parentalidade: Mudança de Escola

Por Magda Gomes Dias

A coincidir com o início do ano lectivo, damos hoje início a uma colaboração preciosa, que nos vai ajudar a tirar algumas das eternas dúvidas que todas nós mães temos em relação aos comportamentos e desafios dos nossos filhos. Magda Dias, conhecida coach e formadora nas áreas comportamentais e comunicacionais, vem ao Eu, Mãe dar luzes para nos guiarmos nas grandes e pequenas questões da parentalidade. Porque já diz o outro, não há livro de instruções e a intuição não chega, aqui receberemos as vossas questões, e a Magda vai propor-lhes respostas activas, lógicas e sobretudo, práticas e positivas. 

Assim, de hoje em dianteEnviem-nos as vossas questões e dúvidas de parentalidade e comportamento para global@eumae.pt.

Aqui ficamos com o primeiro caso: Mudança de escola

Idade da criança: 6 anos

O meu filho mais velho vai agora entrar para o primeiro ano. Até agora esteve numa escola com um ambiente muito familiar e onde até a comida era muito caseira. Este ano é o ano da grande mudança – ir para a escola grande – e ele mostrou-se muito triste por deixar a educadora, as auxiliares e até a cozinheira da antiga escola. Ao mesmo tempo parece que está em fase de negação porque diz que vai voltar à sala dele e diz-me ‘ai não não vou para a escola nova’. Não sei o que fazer: deixar de falar no assunto é uma boa ideia?

 

As mudanças são sempre difíceis e angustiantes porque trazem consigo uma série de dúvidas e receios e também medos por não sabermos o que de lá virá. Por outro lado, e no caso do seu filho, a experiência nessa primeira escola foi extraordinária e é natural que ele gostasse de se manter por lá! Parabéns à equipa que trabalhou com o seu filho por ter sabido criar vivências positivas na vida do seu filho.

Neste momento, o seu filho vai mudar de escola e, como facto consumado, não há nada a fazer. Então siga os pontos abaixo para que a transição se faça da melhor maneira:

 

  1. Procure ser empática com o seu filho e perceber a tristeza dele. Imagine que trabalha num local com pessoas de quem gosta muito e que, por decisão da sua chefia vai ter de mudar para um lugar desconhecido e onde não conhece ninguém. Imagine que, para além disso tudo, as suas responsabilidades vão aumentar e que vai estar a ser avaliada por imensas pessoas mas não faz ideia como nem por quem. Sente a responsabilidade, o medo e o frio na barriga? É muito possível que o seu filho sinta tudo isto mas, aos 6 anos não tenha tido experiências suficientes para saber que estas situações se gerem e se ultrapassam. Dá medo, muito medo e nenhuma vontade em mudar.
  2. Deixe-o despedir-se das pessoas da escola. Se puder, tire fotografias, imprima-as e guarde-as num álbum para que ele possa ir ‘matar’ saudades sempre que precisar. Isso não lhe fará mal – em breve vai ultrapassar a fase dolorosa e vai lembrar-se das boas recordações.
  3. Sempre que puder, passe em frente à nova escola e diga-lhe que é ali que ele vai aprender a ler, a escrever e que por isso mesmo vai ter maior liberdade e autonomia – vai ser capaz de ler sozinho, de participar nas compras da semana no supermercado escrevendo a lista de compras e já poderão ir ao cinema ver alguns filmes com legendas. A ideia é criar-lhe entusiasmo.
  4. Sempre que ele voltar ao assunto da escola antiga, deixe-o falar e diga-lhe coisas como ‘Tu foste mesmo feliz ali, não foste? Lembras-te quando aos 3 anos e meio as educadoras se lembraram de fazer um acampamento e a escola inteira dormiu em tendas e vocês passaram a noite fora de casa, pela primeira vez na vida? Uau, isso é que foi uma aventura, não foi?’
  5. Tire a tensão da situação e sempre que os outros se referirem à mudança de escola e o seu filho estiver ao pé de si, talvez seja interessante não dar seguimento à conversa. Está a falar de algo muito íntimo na vida dele e que lhe causa tristeza, neste momento. Mude de assunto por respeito aos sentimentos dele. Estou certa que apreciaria que fizessem o mesmo por si.

Conheça mais sobre a Magda aqui e conheça o seu trabalho incrível no Mum's The Boss e no site Parentalidade Positiva.

Envie as suas questões para: global@eumae.pt

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5 comentário(s)

ana luisa gomes17 de Setembro, 2014 às 04:33:40
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boa noite, tenha uma filha de 7 anos que mudou de escola agora, 1 ano num colegio muito grande e 2 ano noutro um pouco mais pequeno mas o mais adequado para ela pois tem dislexia. ela vem bem para casa mas acho-a nervosa, e estranho nunca quer falar no antigo colegio. como a posso ajudar? obg

Carina Freitas19 de Setembro, 2014 às 11:47:14
Responder

Bom dia, sou mãe de duas meninas a Margarida de 2 anos e meio e a Beatriz de 5 anos e meio. A minha questão é relacionada com a Beatriz. Como mãe tento manter-me informada sobre como educar as minhas filhas, sei o que gostaria de lhes transmitir nesta jornada o problema é o caminho a seguir para chegar lá. Desde os conceitos que nos foram directa ou indirectamente incutidos na nossa infância até ao conceito da disciplina positiva (DP), o meu percurso é andar lá e cá, o meu desejo era seguir o caminho da DP a 100% mas confesso que neste momento parece que é uma missão impossível. A Beatriz tem-se mostrado uma menina teimosa, impaciente, com dificuldade em aceitar um não, desafiadora e até gozona, responde-nos mal e muitas vezes tenta ser ela a mandar e a comandar as tropas, ela também tem muitas qualidades como é óbvio mas estas atitudes são as que nos estão a dar problemas ;). Eu até compreendo estas atitudes nela, atribuo ao crescimento e ao fazerem parte (por vezes até acho que já está na pré adolescência) a questão é que nós pais não estamos a conseguir dar a volta. Quando ela entra na espiral do comportamento desadequado e acredite que muitas vezes descamba mesmo, só com a maldita palmada é que ela parece acordar para a realidade e tudo entra nos eixos (sei que vou ser trocidada pela palmada mas é a realidade por muito que me custe). Quando isto acontece já tentei a conversa, o abraço, o olhar nos olhos, o perceber porquê, mas muitas vezes tenho a nítida sensação que ela está a perceber o "jogo" e então continua a insistir no comportamento até que na exaustão vem a palmada e tudo acalma, a Beatriz amorosa, compreensiva, bem disposta reaparece logo. Chego a pensar que o problema é mais sério e duvidar que uns conceitos de como educar possam ajudar, chego a pensar que a traumatizei em alguma coisa que não sei qual mas que a afectou profundamente... ou se calhar é tudo normal e só tenho é que esperar "que passe" da melhor maneira para nós. Precisava de uns conselhos, umas palavras, até de uns puxões de orelha se for o caso. Obrigada

Sónia Castro14 de Novembro, 2014 às 21:42:56
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O meu filho mais velho, o Pedro, tem 8 anos e fará 9 anos já em Janeiro. Nunca consegui que ele adormecesse sozinho …. Talvez por ser o primeiro e a minha disponibilidade ser maior. Até aos dois anos dormia numa cama de grades, sozinho, obviamente. Aos dois anos mudei-o para uma cama de “crescido” (corpo e meio) …até para o preparar para a chegar do irmão e para ele não sentir que perdeu a cama de grades dele para o irmão mais novo. Na altura ficou muito contente, mas eu acabei por cometer o erro de me deitar ao pé dele nos primeiros tempos, até ele adormecer. O problema é que agora, já quase com 9 anos, não consegue adormecer sozinho …. Tenho de me deitar sempre ao lado dela na cama… e só consigo sair quando ele já está a dormir ….. já experimentei tudo …. Inclusivamente um candeeiro de mesa de cabeceira aceso, dizer-lhe que vou só arrumar a cozinha … mas nada resulta ….ele que costuma adormecer às 21.30h … se eu não estiver lá podem ser 11 ou 11.30 que ele está acordado … e constantemente a chamar-me …. Eu acho que ele não “se deixa descansar” .. fica alerta e não adormece. Claro que com a minha impotência para resolver a situação depois acabo por dizer-lhe coisas menos agradáveis … e não quero que isso aconteça … mas também não quero continuar assim porque não é bom, nem para ele nem para mim (que acabo por não ter vida para além dos meus filhos, visto que quando me consigo levantar da cama dele já é tardíssimo).

Cristina ferreira 14 de Junho, 2018 às 16:36:49
Responder

Boa tarde, Sou mãe de uma menina de 8 anos, a terminar o 3 ano no sistema público. Uma aluna sem grandes dificuldades, faladora, distraída e feliz! Por mais valias acadêmicas equaciono mudá-la para um colégio particular e católico para o 4 ano. O objetivo seria integra-lá num sistema mais exigente para melhor a preparar para o futuro profissional. Naturalmente tem um “preço”a pagar esta mudança a nível emocional. Devo fazer está mudança já ou no 5 ano onde termina um ciclo e psicologicamente a criança aceita de uma forma mais natural? Obrigada pela ajuda, Mãe

Cristina ferreira 18 de Junho, 2018 às 19:53:11
Responder

Boa tarde, Sou mãe de uma menina de 8 anos, a terminar o 3 ano no sistema público. Uma aluna sem grandes dificuldades, faladora, distraída e feliz! Por mais valias acadêmicas equaciono mudá-la para um colégio particular e católico para o 4 ano. O objetivo seria integra-lá num sistema mais exigente para melhor a preparar para o futuro profissional. Naturalmente tem um “preço”a pagar esta mudança a nível emocional. Devo fazer está mudança já ou no 5 ano onde termina um ciclo e psicologicamente a criança aceita de uma forma mais natural? Obrigada pela ajuda, Mãe

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