A Dona Kiki voltou a por o dedo na ferida, ao escrever o seu, digamos, desabafo. Já aqui se tinha aflorado a questão a propósito das mães que trabalham e cuidam dos filhos. Querem o resuminho? Mães, lixaram-vos outra vez.
O tema é relativamente batido, mas tem as suas subtilezas. Basicamente, a coisa é assim: 1) a mulher dantes ficava em casa a cuidar dos putos e era um pau; 2) agora sai para ir trabalhar, cuida dos putos na mesma e é um pau. Mas vejamos a coisa assim mais ao perto.
Bem sei que quando se fala nisto logo se fala também na igualdade, e coiso e tal, agora é diferente, demora mas está a mudar, os maridões deste mundo são cada vez menos básicos. Querem que vos diga? Tenho as minhas dúvidas. Nunca o mundo esteve tão atolado em gaijas e pinocada e saber se é gira ou boa. Outdoors, anúncios, o diabo. Como diria alguém, um mamaçal. Nunca o mundo esteve tão sexualizado. Não é preciso ser um senhor idiota-radical-islâmico ou um daqueles pastores histéricos evangélicos americanos (se virem bem não são assim tão diferentes) para notar que vai para aqui uma badalhoquice pegada. “Ai e tal, a libertação do corpo da mulher e coiso”. Ya, ‘tá bem, convençam-me lá de que isso não contribui para uma sociedade sexista, com tudo o que isso implica em termos de papéis de género. As actrizes de Hollywood estão carecas de razão. Elas são finas. Finas e boas, pá.
Mas como eu acho que se aprende mais a observar o comportamento animal do que a ler Freud, há outra força dos diabos que lixa as contas das mulheres: a Natureza. As mães têm uma força motriz dos diabos, que vem do princípio dos tempos, mas que é também uma fraqueza. Que as faz serem zelosas e cuidadosas e o camandro, para além dos obstáculos, da rotina e, claro, das desigualdades. E que faz com que os homens ganhem sistematicamente os concursos do ficas-tu-com-os-putos-e-tratas-deles.
Mas há mais elefantes no meio da sala. É que isto de cuidar de putos, contrariamente a muito paleio das mãezinhas (não confundir com mães) pode ser uma valente seca. Dá trabalho. Mói. E tratar da casa também. E o problema da nhonhice, tantas vezes aqui abordado, e que leva a fenómenos com o das mulheres “darem um jeito” à casa antes da empregada vir. A maior parte dos gajos põe-se fora disso tudo porque… é chato, dá trabalho e mói. E porque também têm de viver com os seus próprios estigmas de que têm de sustentar a casa, serem activos, construir. E que, convenhamos, é parte, também, da sua natureza.
O curioso disto tudo, como sugere a Dona Kiki, é que as mulheres foram as primeiras a atirar-se para a esparrela. De tal maneira, que as que hoje digam que não querem ter uma carreira, e que preferem ficar em casa a cuidar dos filhos e da casa, são vistas como uma espécie de aberração jihadista, toinas, no mínimo sem ambição. E compraram alegremente os estereótipos masculinos, transformando-os na ideia de “mulher de sucesso”, terrivelmente eficaz, com os mesmos desígnios de poder e com a vida sexual de um coelho. Só que esse, sendo um falso papel, não serve, e dá origem a todo o tipo de angústias. Que é como quem diz, as mulheres queimaram os sutiens, esquecendo que, de facto, eles têm uma certa razão de ser.
Os homens, no meio disto tudo? Desenganem-se, não estão muito melhores. Mas fica para a próxima.
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1 comentário(s)
Que crónica (?) tão fraquinha. Tão, tão vazia. Não percebi NADA do ponto de vista do cronista. Nada. Só uma sequência aleatória de lugares-comuns sem qualquer ligação lógica uns com os outros. Será que queria demonstrar assim empiricamente a desconexão da mente de alguns Homens? Nem consigo criticar, positiva ou negativamente, porque isto de crónica não tem nada e cheguei ao fim e, pura e simplesmente, dei-me conta que nem percebi a opinião central. E como é ónus do escritor fazer-se entender, não me vou dar ao trabalho de ler novamente. Tente fazer melhor para a próxima, pode ser?
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