Começou quando o maninho foi passar uns dias a casa dos avós e o Pê, desasado, pediu um miminho extra na hora de deitar. Comecei a cantar-lhe a música do Vitinho, que já não cantava desde que era um bebé. Adormeceu tranquilo e inocente ainda o “... tu vais adormecer...” não tinha chegado. Voltei aos tempos em que o Pê era bebé e o Vitinho o embalava no ritual das sestas. Foi uma ternura tão grande que até me emocionei, eu que não sou nada piegas.
O Vitinho pegou de estaca, quando o maninho voltou, a canção de embalar continuou. Tornou-se o último beijinho, já com a luz apagada, todas as noites lá vem o “Quando a Lua Acordar” ou o “Está na hora da caminha” com todas as variantes que o empatar do adormecer lhes lembra: ora canto eu, ora cantam eles, ora canto eu a meio do quarto para os dois, ora canto ambas as versões ao ouvido de cada um. É conforme a inspiração do chef.
Mesmo que seja para prolongar um pouco que seja a hora de deitar, que eu bem os conheço, certo é que esta memória já ninguém lhes tira. A mãe a cantar todas as noites as suas canções de embalar, eles a amolecerem com cada verso, a saberem estas palavras de carinho que também fizeram parte da minha infância de trás para a frente.
No dia em que eles não pedirem o Vitinho vai doer muito, eu vou sofrer, vou chorar. Mesmo que seja por dentro, que eu cá não sou piegas.
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