Um dos primeiros sinais de que estava a transformar-me MESMO numa mãe, foi quando comecei a chorar ao ver no telejornal notícias de crianças a sofrer, em ambientes de guerra ou vítimas de crimes. Se até então eu ficava triste e angustiada por elas, assim que engravidei, não podia ver esse tipo de notícias que imediatamente desatava a chorar, por não conseguir conter uma dor, um desespero que me queimava por dentro e me deixava desesperada.
Na altura fiquei tão chocada com a minha reação tão primária, quase animal, que culpei imediatamente as hormonas, só podia. Um disparate hormonal, estava tolinha.
Mas não, as hormonas da gravidez vieram e foram, as do pós parto vieram e foram, o cansaço, a montanha russa emocional da recém maternidade veio e foi, mas a angústia de ver uma criança a sofrer e eu reagir visceralmente, desesperadamente, continuou.
Não era hormonal, era mesmo a maternidade na sua pura essência. O mais importante na nossa vida passa a ser a defesa daquela vida que nós criamos, daquela vida pequenina que não sabe defender-se sozinha. E de todas as outras vidas pequeninas que não têm como defender-se sozinhas para sobreviver.
Sermos mães muda-nos para sempre e muda-nos para todos. Eu tenho um sentimento de defesa primária do bem estar dos meus filhos e de qualquer outra criança que eu veja a sofrer. Imediamente vejo os rostos dos meus filhos naquela mesma situação e não posso, não aguento, não suporto ver outra criança a sofrer.
Somos mães dos nossos, como somos mães dos outros, quando precisam de nós.
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