Os meus pais fazem hoje 39 anos de namoro. Sim! Lá em casa comemoram a data do namoro, do primeiro beijo, do noivado, do casamento!
Tive a melhor escola de amor que podia alguma vez desejar. Duas pessoas que se amam, que se respeitam e que se admiram. Desde os 14 anos que estão juntos. Um amor como eu não conheço! Um amor como não existe nos livros.
Um casamento do qual me orgulho tanto de ter nascido. Um casamento que sempre sonhei para mim.
Com mimos a toda a hora, com surpresas, com discussões feitas com respeito, com a sabedoria de saber perdoar e aceitar, com a certeza de quererem apenas amar-se independentemente dos problemas que a vida foi trazendo.
Uma fasquia demasiado elevada para o comum dos mortais. Um patamar que eu sonhei sempre alcançar mas que não aconteceu.
Quando me separei, no meio de tantos colos e conversas que a minha mãe teve comigo, lembro-me de me ter pedido desculpa por me ter feito acreditar que todos os casamentos eram assim. Fáceis e perfeitos como o dos meus pais. E não! Não tem de pedir desculpa. Nem pensar!!! Só tenho a agradecer a honra e o privilégio de ter nascido de um amor assim e de ter crescido com o exemplo de um amor maior. De duas pessoas que fizeram uma revolução para ficarem juntas e que percorreram lado a lado os caminhos que a vida lhes apresentou.
Porque era assim que devia ser. Com amizade, com paixão, com respeito e com cumplicidade. Porque até quando são rezingões um com o outro conseguem sê-lo com amor.
A vida hoje em dia vem numa caixa de alumínio pronta a servir. Tal como os amores. Não há cuidado na preparação, não há cuidado na degustação. Vive-se a correr, ama-se a correr! Quando já não serve, deita-se fora. Não se conserva, não se remenda. Não se cuida!
Tenho pena de não poder dar aos meus filhos o exemplo de amor que os meus pais me deram.
Há tempos, a minha filha perguntou-me se depois de se casar ir ficar só amiga do marido. Não! Não! Não é nada disso!!! Estou a explicar tudo mal!!! Não é essa a mensagem!
A vida não é escrita na Disney, mas também não é tirada de um filme de Hitchcock. A vida é o que fizermos dela. Eu não segui o exemplo dos meus pais. Mas gostava que os meus filhos também não seguissem o meu.
Pode ser que isto de casamentos felizes seja como aquelas doenças congénitas que saltam uma geração! Não me calhou a mim, mas há de calhar a eles!
Eu, vou continuar a acreditar que um dia vou ter o meu "Pedro"! Tal como a minha mãe teve o dela! Que me vai trazer flores só porque sim! Que vai discutir comigo quando discordarmos sem se esquecer que eu sou a melhor amiga dele! Que se vai sentar ao meu lado no sofá e que mesmo que discutamos por causa do comando da televisão, partilharemos a manta com carinho. E que me vai pedir para fazer a mala para 2 dias e me vai levar a Roma sem eu saber de nada! Só assim! Porque sim! Porque nos amamos e pronto!
Siga as reflexões e peripécias desta mãe e peras, na página Família de 3 e 1/2
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3 comentário(s)
tão bonito...
Como diz a música, eu quero "um amor como os meus pais"... (capicua - casa no campo) E é mesmo isso!
Bolas...já me fez chorar!!!
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