Paz é um dos sentimentos mais difíceis de controlar. Grande parte do que é preciso para se sentir paz não depende de nós, mas sim das circunstâncias. A outra parte vem da forma como lidas com elas. (Digo eu que não percebo nada disto!)
Por muito bem resolvida que uma pessoa esteja com os problemas da vida, neste caso com uma separação, não é possível fazer o caminho sem passar por momentos de angústia. Às vezes rancor. Outras vezes dúvidas ou arrependimentos. Independentemente das situações que levam à ruptura, acho que estes sentimentos estão sempre presentes. Umas vezes mais, outras menos. Que me perdoem os entendidos na matéria se estou a dizer algum disparate! E eu acredito mesmo que o grande segredo é relativizar! Ser optimista e acreditar sempre, mas acreditar mesmo, que o melhor está sempre por vir. Que um dia chegas lá!
A minha filha fez 7 anos este fim‑de‑semana. Pela primeira vez não dormi com ela. Pela primeira vez não acordei com ela. Pela primeira vez não lhe preparei o pequeno-almoço de princesa que já faz parte do ritual das manhãs de aniversário lá de casa. E o que, à partida, parecia angustiante, desvanece-se com a certeza de que o pai desempenhou esse papel no meu lugar. Com todo o mérito e direito que lhe é conferido!
E saber que tenho uma miúda bem-resolvida que saboreou esses momentos da mesma forma, com a mesma felicidade e entusiasmo como se estivesse comigo, é meio caminho andado para essa tal paz!
Bem sei que à maior parte dos (ex) casais não é possível isso, cada um terá as suas razões, mas poder almoçar em família (tenho uns pais fabulosos!) no dia dos anos da minha filha (e da minha mãe também!) com pais, filhos, irmãos e ex-marido na mesma mesa, em que todos conversam, bebem, comem e riem de forma tão espontânea e sincera, é efectivamente uma benção!
E poder proporcionar aos meus filhos, especialmente à minha filha, uma tarde especial com a mãe e o pai juntos, é sentir paz no coração.
E também é sentir paz perceber que, apesar de tremendamente felizes, os filhos não baralham as coisas. Sabem que os pais não estão juntos, sabem que ao fim do dia vamos cada um para sua casa e nem por isso ficam confusos nem na expectativa de voltarmos a ser todos uma família. Isso é uma enorme paz!
Mas a maior sensação de paz de todas é olhar para trás, ver todo o caminho que foi percorrido, todo o sofrimento por que passámos, todos os altos e baixos e pensar: Ufa! Já cá estamos!
Mesmo separados, vamos sempre ser uma família! A família dos nossos filhos.
Recebo sempre tantas mensagens de pessoas em sofrimento a pedir ajuda e a pedir força e a perguntar o segredo. Não sei qual é o segredo... Só sei que para chegar aqui é preciso penar! É preciso força. É preciso engolir alguns sapos... É preciso optimismo e sobretudo vontade de cá chegar.
Abrir o coração e deixar a paz entrar!
Kiki e a sua Família 3 e 1/2, aqui.
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