Esta imagem não podia ser mais ilustrativa do que anda pela cabeça de uma mãe portuguesa: mil e um balões a bailar sobre nós, nós a tentarmos agarrar-nos a todos eles, uns mais próximos, outros mais distantes, depois mudam de posição (prioridades, urgências...) mas dando tudo para não largar nenhum, para não deixar nenhum dos nossos pensamentos fugir, voar para longe de nós. 

Enquanto isso, os nossos babies apenas pensam em nós - que bom que é e que saudades desses tempos, quando passam a ter outras prioridades...

Não só eu me identifico plenamente com esta imagem (apesar dos meus miúdos já terem a sua coleção de balões...), como eu espero que haja mães de bebés pequeninos a vê-la, a aceitá-la e a lembrar-se dela quando sentem culpa por estarem com o seu baby ao colo e a pensar nos e-mails que estão a acumular-se. Muitas vezes sentimo-nos culpadas por estarmos com a cabeça a pensar noutra coisa e pensamos que devíamos estar a viver plenamente o presente com o nosso filho, mas nem sempre é possível e não deve haver culpa nenhuma nisso. Não faz mal, a sério. Os nossos balões fazem parte de nós e vão-nos lembrando do mais que faz a nossa vida. O nosso baby apenas nos quer a toda a hora porque ele só tem balão para nós e o nosso pensamento divide-se em mil porque temos mil balões. É a vida, nada de mal nisso.

Ninguém sabe o que vai pela cabeça de uma mulher, ninguém sabe ao certo quantos balões pairam sobre si, quais são mais cinzentos, quais estão a vibrar em alerta vermelho, quais rebentam de repente como uma bola de sabão. Quais são constantes, lindos e firmes, feitos de algodão doces.

Apenas podemos assumir que cada uma de nós tem os seus balões, e que todas fazemos o possível para não os deixar escapar.