Estava aqui a fazer contas com os meus botões. (Se soubessem o tanto que eu falo com os meus botões se calhar internavam-me!)

Acabei por constatar que estamos a meio de 2015!

Meia dúzia de uma inteira dúzia de meses.

Ainda por cima é 2ª feira (quando lerem isto já vai ser 3ª!) o que é um óptimo dia para balanço.

Há meio ano atrás prometemos ser felizes, prometemos ser mais atentos, prometemos ser mais disponíveis, prometemos fazer dieta, prometemos fazer exercício, prometemos amar mais, prometemos (pedimos) mais sexo.

É engraçado como temos tendência para agarrar nas passagens de ciclo para fazer juras de amor eterno ao que quer que seja!

As segundas-feiras, os inícios do mês, o início das estações e o início dos anos.

Mas continuamos por ali fora (das semanas, dos meses, das estações) sem fazer nada concreto para chegar às promessas feitas. Continuamos a viver a mil, continuamos a viver em nós, continuamos a não olhar para o lado e a comer como umas alarves sem calçar os tênis de corrida há meses. Não falemos de sexo...

A vida passa! Corre! Devora-nos o caminho ao longo da estrada! E nós? Em vez de voarmos com ela, de nos alimentarmos dela, continuamos só à espera que as coisas aconteçam. À espera que a sopa fique pronta, à espera que a máquina da roupa acabe de lavar, à espera que o fim‑de‑semana chegue, à espera que o fim do mês chegue, à espera que o ordenado chegue para tudo, à espera que as férias cheguem. À espera que as coisas aconteçam.

Olha que grande porra!

Esta ânsia de viver, de sentir, de amar... Mais do que legítima a meu ver. De pagar contas, de ter o jantar pronto a horas. Sem darmos conta já vamos a meio do ano.

Vamos lá ver... Damo-nos por felizes por estarmos vivos! Damo-nos por felizes por termos trabalho! É tanto e não é nada! Tanta gratidão e tanta ingratidão num só abraço!

Havemos de continuar a fazer balanços a vida fora e havemos sempre de achar que não chega.

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