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Vida

Vamos acabar com as quedas para a desgraça

Por Inês Simões

A cada dia que passa 9 crianças sofrem uma queda com consequências graves. É um dos maiores pesadelos de qualquer mãe, um momento, um segundo que traz uma desgraça insuportável à nossa vida. 

É de facto terrível, mas as quedas são os acidentes mais frequentes nas crianças e a terceira causa de morte acidental, sendo que a maior parte pode ser evitada.

É por esta razão que a APSI está a desenvolver uma campanha de sensibilização que pretende alertar para este problema e para a necessidade da adoção de medidas de prevenção adequadas pelas famílias e educadores, mas também, pelos projetistas, construtores, legisladores e municípios. O vídeo desta iniciativa diz tudo do perigo, do repente, da ocasião, do vazio:

 

Aqui ficam os números e o que podemos fazer para evitar que algo semelhante aconteça connosco:

Os factos
• A cada dia que passa 9 crianças sofrem uma queda com consequências graves.
• Pelo menos 109 crianças morreram nos últimos 14 anos na sequência de uma queda.
• Mais de 60.500 crianças foram internadas por causa de uma queda.
• As varandas e as janelas são os elementos mais envolvidos nas quedas.

As estratégias de prevenção

Nos primeiros meses de vida

As quedas acontecem desde os primeiros dias de vida, quando a criança ainda mal se mexe… Muitas estão relacionadas com comportamentos errados dos adultos.

> Nunca deixe o bebé sozinho em cima da cama dos adultos, de um sofá ou mesa de muda de fraldas, nem “por um segundo”, mesmo que esteja a dormir.
> Se tiver que sair do quarto leve-o consigo; se não puder levá-lo deite-o no berço, na cama de grades ou no chão, sobre uma manta.
> Evite usar o “ovinho” em casa. Se tiver mesmo que o fazer, nunca o coloque em cima de mesas ou outros móveis e aperte bem o cinto interno (arnês).
> Aperte sempre o arnês sobre o corpo da criança na espreguiçadeira, carrinho de passeio e cadeira alta da papa.

 

 

 

A partir dos 6 meses

Quando a criança começa a gatinhar, e mais tarde a andar, aumenta a probabilidade de quedas de alturas elevadas: escadas, janelas, varandas ou terraços. A maior parte acontece em casa.

> Nunca utilize um andarilho, também designado “aranha” ou “voador”. É o artigo para crianças que provoca mais quedas.
> Instale cancelas, homologadas pela norma europeia, no primeiro e no último degrau das escadas.
> Todas as cancelas devem ter o topo liso, aberturas inferiores a 6 cm e altura de, pelo menos, 60 cm. Não podem existir elementos – como por exemplo, barras horizontais – que possam servir de apoio para os pés e permitir trepar. Prefira modelos com portinhola e trinco de segurança. Ao cimo das escadas devem ser presas com parafusos e nunca instaladas apenas sob pressão.
> Prefira janelas basculantes (que abrem a parte de cima para o interior).
> Instale limitadores de abertura nas janelas e portas de acesso a varandas e terraços, que permitam abrir no máximo 9 cm. Existem portas e janelas com limitadores de abertura integrados na caixilharia.
> As varandas, varandins, mezzanines ou outras plataformas elevadas devem ter guardas com altura de, pelo menos, 110 cm e aberturas inferiores a 9 cm. Não devem ter aberturas nem barras horizontais por onde a criança possa passar ou que a ajudem a trepar.
> Se as guardas não possuírem estas características coloque por dentro um painel rígido e contínuo, de material resistente ao impacto e não deformável (como por exemplo, acrílico, vidro temperado/laminado).
> Nunca coloque móveis, cadeiras, vasos, triciclos (ou outros objetos) perto de janelas, guardas e no patamar das escadas.
> Coloque a grade da cama para baixo e retire as cancelas das escadas quando perceber que a criança começa a tentar sair ou descer sozinha. Ensine-a a descer de barriga para baixo. Normalmente isto acontece por volta dos 18/24 meses.
> Quando a criança mudar da cama de grades para uma maior, coloque uma proteção lateral.
> Não deixe a criança utilizar a cama de cima do beliche antes dos 6 anos.

 

 

 

 

 

 

 

A partir dos 6 anos

Apesar de ter adquirido novas capacidades ao longo do seu crescimento, a criança continua a correr risco de quedas com consequências graves, pois a sua falta de experiência não lhe permite fazer uma avaliação adequada do risco. Nesta idade aumentam as quedas na escola e nas atividades desportivas.

> Os corredores e as escadas devem estar desimpedidos de obstáculos e bem iluminados. Os pavimentos não devem ser em material escorregadio.
> O vão das escadas deve ser protegido com painéis de altura superior à guarda, para impedir que escorreguem pelo corrimão.
> O piso de amortecimento nas zonas de queda dos equipamentos de jogo e recreio não deve ter sinais de desgaste (falta de areia ou placas sintéticas afastadas).
> Deve ser explicado à criança e ao adolescente o risco de se pendurar em janelas e varandas, sentar-se nos parapeitos ou caminhar sobre telhados e muros altos.

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