Viver numa grande cidade tem grandes vantagens, profissionais, sociais e culturais. Mas o estilo de vida das cidades, rápido, stressante, de compromisso constante, engole muitas vezes a qualidade de vida que desejávamos, essencialmente na nossa vida pessoal e familiar. No tempo, esse valor maior que a vida nos oferece que é sempre tão cronometrado. É por isso que nos agrada a vida nas aldeias, durante as férias e é por isso que suspiramos, quando nos sentamos à conversa com quem tem tempo. Um tempo que parece maior a quem vive nas aldeias deste nosso Portugal.
Alvalade não é uma aldeia, é apenas um bairro de Lisboa que, desde os anos 40, constitui um excelente exemplo de durabilidade e vitalidade urbana e residencial. As pessoas que se cruzam na rua conhecem-se, foram colegas nas escolas, conhecem os pais e os familiares. Nas lojas tradicionais, nos cafés, nos restaurantes, sabem o nosso nome, conversam com os nossos filhos, aconselham o que é fresco e oferecem fruta e doces às crianças. É uma convivência diária e um relacionamento mais estreito e caloroso, com quem nos rodeia. Gosto desta relação próxima com os vizinhos do Bairro, de o poder percorrer a pé e ter tudo e de tudo à mão. Gosto de respirar um ar que ainda honra as tradições, de ser freguesa no Mercado mais querido do Bairro, de ter longas conversas sobre a vida e a vida de antigamente com a querida Dona Rosa da fruta. Gosto que me guardem o peixe que os miúdos mais gostam, que no talho saibam o meu nome e me preparem a encomenda da semana sem eu precisar pedir nada. Gosto de ir sempre ao mesmo café, de ir sempre ao mesmo cabeleireiro, de ir sempre aos mesmo lugares onde tudo me soa a família.
Alvalade não é uma aldeia, mas cabe tão bem no meu conceito de aldeia e de amor ao próximo.
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1 comentário(s)
aaaaah.... essa buganvilea é-me tão familiar (e tudo o resto) Não é por acaso que Alvalade rima com comunidade e com genuinidade...
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