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Mulher

Dia da Mãe?! Que é isso?!

Por Soraia Pires

Porque neste blog, apesar do nome, há espaço para todas as pessoas, respeitando as diferenças…
No rescaldo do Dia da Mãe, onde a maior parte das mulheres – que são Mães – foi o centro das atenções, recebeu presentes, mimos e tudo o que se espera receber neste dia delas, decido falar da não vontade de ser Mãe, ou da vontade de não o ser!
Embora esta opção, se repercuta ainda num estigma social, são já algumas mulheres que assumem não querer ter filhos. E qual é o problema delas? NENHUM! Como não é o de quem quer ser Mãe.
Em Portugal, cerca de 8% das mulheres em idade fértil, afirmam não querer ser Mães.
Há Mulheres que, simplesmente, não se identificam minimamente com a maternidade. Não há nada de errado com elas. Umas por indisponibilidade económica, outras por incompatibilidade de horários, outras ainda porque o grande propósito de vida é a parte profissional, ou até porque não gostam de crianças. Independentemente do motivo que leva algumas mulheres a não optarem pelo caminho da maternidade, este é tão válido como optar por.
Na sociedade, cobra-se imenso a estas mulheres, sem saber, o real motivo da sua opção (não esquecer que podemos estar perante um caso de infertilidade e estas questões magoam!). Está preconizado que a mulher casa e tem filhos a partir de uma certa idade e, qual ovelhas de rebanho, muitos o fazem para seguir a onda, sem a mínima vontade própria.
Se uma mulher diz a outra que não quer ter filhos, a que escuta sente-se no direito de achar inconcebível, sem tentar perceber, ou apenas aceitar, percebendo ou não.
Não é fácil para uma mulher que não quer ser Mãe assumir o seu projeto de Não-Maternidade perante os outros, a coisa não é socialmente aceite. A ideia que se tem (menos, atualmente, mas muito, ainda) sobre as aspirações da mulher, é que ela quer SEMPRE casar e ter filhos. Pois é, não calha a todas. E as que não querem são também muito felizes. Vivem de outra forma, encaram a vida de outra maneira. Melhor ou pior, não se pode comparar. São opções e todas valem, é uma preferência genuína de alguém que se sente realizada com outros projetos de vida. E, se num momento a opção é não ter filhos, até pode, quando o contexto de vida muda, surgir a vontade de… É tudo válido e tudo está certo, desde que traga felicidade às pessoas.
Mais inconsciente do que querer não se ser Mãe é sê-lo por se tratar de uma “imposição” social, isto é, ser Mãe porque há influência da sociedade, com os seus hábitos e costumes. Onde há contradições como, querer dar o melhor aos filhos e, para isso, ficar completamente indisponível para eles, por questões de trabalho. As crianças são cada vez mais pensadas e planeadas (o que é positivo), mas, ser-se Mãe para evitar o decréscimo demográfico, fazer a vontade aos pais, ou ter alguém que cuide na velhice, não serão, talvez, bons motivos.
As mulheres que tomam esta opção vêem-se muitas vezes acusadas de egoístas ou levianas, o que não deveria acontecer. Ter que mentir, omitir ou desconversar, seria dispensável, se não se esperasse sempre que as mulheres seguissem um padrão de comportamento que é imposto, sem as questionar acerca das suas vontades.
Em jeito de conclusão, antes de perguntar a uma mulher quando vai ter filhos, pense se ela quer, ou mesmo se pode. Perguntar não ofende (ás vezes), mas, seja qual for a resposta, não julgue. É-se tão Mulher sendo Mãe como não sendo.
Beijinhos,
S.

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