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A Mulher no pós-parto. Uma mensagem para si! | Espaço Saúde da Mulher

Por Soraia Pires

 

O retorno à forma física anterior à gravidez parece ser uma das preocupações das mulheres, de uma forma geral. São muitas, as que têm como preocupação o seu corpo depois de terem sido Mães. Depois, há outras questões, que poucas ousam colocar em voz alta, e são tão importantes como as relacionadas com a saúde física. Tenho sido questionada, várias vezes, relativamente a esse assunto. A principal questão colocada é “Quando voltarei a ter o corpo igual ao que tinha antes de engravidar?”. Bom, a resposta simples é, nunca! Mas, assim sendo, ainda bem que, no que respeita a gravidez e pós-parto, as respostas não são assim tão simples.

Defende-se que um corpo será pós-parto até, por volta, dos doze meses depois de ter o bebé. Porém, será mais correto dizer que o pós-parto é para sempre!!! Isto é, depois de ter um filho, aquele corpo – e toda a sua vida – será sempre pós-parto. Um corpo que sofreu alterações definitivas, que requer cuidados específicos e as devidas atenções. Mesmo que se regresse à forma física anterior, o corpo terá sempre passado por uma gravidez e um parto, e isso, não muda nem tem um prazo para terminar, fica registado sempre. O que não é, necessariamente, uma cruz.

O pós-parto é tão abrangente que não há nenhuma parte da mulher – física, mental e emocional – que não seja afetada. Este período tem impacto, para além de na saúde física, também na saúde mental, na consciência de si própria, nas suas rotinas (como Mãe e Mulher),nas suas relações, na sua intimidade e na sexualidade.

Com a chegada do primeiro filho, e, eventualmente, dos seguintes, a vida pode parecer um verdadeiro inferno. A privação de sono, a secundarização de si mesma, a falta de tempo para namorar, a desorganização constante, a sensação de não aproveitar o suficiente os filhos, um corpo que não reconhece, nem responde como anteriormente, e a ansiedade persistente podem levar a uma espiral de pensamentos menos positivos.

A Maternidade parece – e é – perfeita, com todas as suas imperfeições. É perfeita quando sente que não é boa o suficiente, quando pensa que não está a fazer as coisas bem, quando esconde as suas angústias porque “sou Mãe, devia estar a esbanjar felicidade”, quando, sobretudo, ninguém lhe permite que não esteja tudo bem consigo, e por isso, sofre em silêncio, ao achar que é a única e está sozinha.

Deixe-me garantir-lhe já, que está errada! Não está errada por pensar e sentir coisas menos boas. Está errada por pensar que está sozinha! Há muitas mulheres que sentem o mesmo. E quer saber? Não tem mal nenhum! Não é pior Mãe porque, no meio de tanta felicidade, se sente menos feliz, por vezes!

Existem, atualmente, vários espaços, com profissionais especificamente formados, como é o meu caso, onde se realizam programas de recuperação pós-parto. Mas, mais importante do que isso é que estes profissionais a ajudem, respeitando todas as partes de si, e vendo-a com um todo, a percorrer este novo ciclo.

É fundamental que, para além do enfoque na perda de uns quilinhos e tonificação da barriga, haja um acompanhamento mais global, onde sejam abordados assuntos que, normalmente, são postos de parte.

A ideia destes programas assenta no pressuposto de que as coisas não voltarão a ser exatamente como antes, mas que nem por isso são motivo de tristeza ou frustração. Estes programas não são sobre recuperar um corpo pré-gravídico, a todo o custo. Não são sobre conversar em tertúlias coloridas, fingir que tudo está sempre bem e negligenciar como se sente na realidade, enquanto tenta ser uma “Mãe perfeita”. São sobre TUDO! Sobre quando tudo está bem e sobre quando tudo está menos bem!

A forma como se vê e sente, física e emocionalmente, como se reconhece, para além de Mãe, como Mulher e ser humano, tem que ser tão importante como tudo o resto.

O meu conselho, que vale o que vale, é que, se precisa de uma mãozinha, procure ajuda. Não é a única e não está sozinha. Procure alguém que esteja disposto a escutá-la verdadeiramente, a acompanhá-la e, acima de tudo, a reconhecê-la como um todo, respeitando as suas vontades e atendendo as suas necessidades, quer sejam o retorno à forma física, quer sejam a montanha russa emocional pela qual se sente esmagada. Tudo importa. Você importa.

 

Beijinhos,

S.

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