Hoje vou até falar sobre mentir… Preparem-se!
Quando o seu filho nascer – se for mãe de primeira viagem – vai perceber (se já foi mãe já percebeu) que em si, e à sua volta, está uma confusão de todo o tamanho. Vai ter hormonas aos pulos, dores, sono, corpo de grávida (ainda), olheiras, felicidade extrema acompanhadíssima de medo, mil dúvidas e muita vontade de que tudo corra bem.
Na maternidade, a juntar ao acima referido terá um médico a palpá-la, outro médico a pegar no seu filho, a enfermeira a limpá-la, a auxiliar a passar o chão, o bebé que chora muito, a Mãe que dorme pouco… Ufa! Uma canseira enorme para quem não está, de todo, em plena forma, física e emocional.
Ora, porque tudo já parece estar fora do sítio, não vai com certeza necessitar de receber no hospital, como primeira visita, a tia que veio do estrangeiro, para lhe fazer comparações da crise económica entre o país onde ela está e o seu.
Então, para que descanse, para que o seu bebé também descanse (o parto, vaginal ou cesariana, é um momento de grade stress também para o bebé), deve fazer aqui uma gestão muito rigorosa das visitas. Com isto não quero dizer que deve barrar entrada a todos, mas, pode sim organizar as coisas para que não seja tão cansativo. Tem todo o direito de pedir respeito pelo seu e privacidade para se reorganizar. Se não tiver força para, sozinha, enfrentar família, flores, balões e vozes estridentes (tudo legítimo), peça ao pai para intervir e tornar mais fluído, e menos turbulento, o caudal de visitas.
É de extrema importância que pais e bebé estejam, nesta fase, essencialmente, em tríade. Foram nove meses de espera, nove meses de expectativa, agora será tempo de se conhecerem, de se namorarem, de fortalecer e estreitar laços.
O seu filho nasceu, estão em êxtase, mas também estão muito cansados e atarefados, portanto há que se munir de estratégias para gerir as visitas.
Ainda na Maternidade cabe ao pai (ou acompanhante da Mãe), pois a Mãe não estará capaz, de dar a notícia à família e amigos. Pode escolher um batedor, enviar um sms passando informação de que tuo correu bem, pedir para passar a mensagem entre amigos e aproveitar para referir, caso seja vossa vontade, que preferem visitas mais tarde, em casa.
Quanto a família, principalmente, avós, será necessário algum tacto, para não os melindrar, não os fazer sentir indesejados (equivocadamente). A eles, o melhor será ligar mesmo, é algo mais pessoal, não se sentirão reduzidos a um sms e não se corre o risco de eles não lerem por não saberem abrir sms.
Ao informarem as pessoas, sublinhem junto com a informação relevante acerca do estado da Mãe e do bebé, o vosso desejo de ter algum descanso, visto que mãe e bebé precisam de repouso e têm agora horários diferentes das outras pessoas. Todos irão respeitar com certeza e visitar-vos-ão apenas se perceberem que podem.
Um outro momento importante após o nascimento é a chegada a casa!
Nova família não vos esqueçais! Uma vez em casa, a vossa agenda será instantaneamente preenchida: teste do pezinho, registo de vacinas, consulta com o pediatra, consulta com o obstetra, ida ao hospital ou centro de saúde solicitar orientações sobre a amamentação.
Portanto, também aqui é necessário gerir bem as visitas que recebe.
Sugiro-lhe que negoceie horário e número de visitantes. Se não for bem-sucedida nas negociações e sentir que não está para aí virada, MINTA! Uma mentira social não vai matar ninguém, diga que foi a uma consulta, que vai sair, ou que vão dormir/descansar naquela hora. Minta - e não se sinta culpada - mas descanse, namore o seu filho e o seu companheiro, namorem os três, como quiser.
Há ainda, para além da tia que fala de crise económica as visitas que acham que lindo, lindo é irem lanchar a sua casa, sendo que vocês é que têm que dar o lanche!!!! ERRADO!!! Vá por mim, não vai precisar de dez amigos a dar-lhe trabalho e a fazer barulho, quando o que quer é descansar, namorar o seu rebento, mimo do seu companheiro, gelo na cicatriz, silêncio, eventualmente, o bebé a dormir por um bom bocado.
A avó vai querer pegar muito no bebé e vai dizer para ir fazer as suas coisas ou dormir, sugira-lhe que trate ela das suas lides domésticas porque vai dar mama ou não se sente bem fisicamente para as fazer coisas mais pesadas. Ela vai perceber. Peça ajuda aos avós, eles vão estar tão apaixonados pela cria nova que provavelmente irão ignorá-la por completo, mas se lhes abrir os olhos, vão com certeza perceber e ser-lhe muito úteis.
Quanto aos amigos, pode sempre, se estivermos a falar de um amigo de verdade, negociar. Peça em troca de um bilhete para entrar lá em casa, uma panela de sopa ou de uma máquina de roupa a secar. Se são amigos não podem achar mau negócio. Mas cabe, também, a si não se armar em (super) Mulher e saber aceitar a ajuda quando as pessoas querem dar-lha. Aceite, cuide do seu bebé e de si.
Este recado é para si, que está habituada a fazer tudo…sozinha!
A casa e as suas tarefas não fogem, se o seu companheiro, os seus amigos e família ajudarem, melhor para todos! Agora, não os censure por fazerem à maneira deles, esqueça isso, aproveite as mão extra e desfrute do novo elemento.
Beijinhos,
S.
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