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Espaço da Mãe | A Vida aos 9 anos de Idade

Por Tatiana Homem

Terrible twos.. Pré-adolescência aos 3 anos... dificuldades existenciais aos 4... estas idades são difíceis principalmente porque as crianças têm comportamentos que não compreendemos muito bem e que nos parecem disparatados: sujam tudo, gritam, muitas atiram-se ao chão a espernear.... Ufa! Quando temos filhos nestas idades, muitas vezes olhamos para os pais de crianças mais velhas com alguma inveja!

E, de facto, a vida torna-se mais fácil à medida que as crianças crescem e se tornam mais autónomas. Mais fácil no sentido em que o foco das nossas preocupações muda. Um dia acordamos e o nosso bebé cresceu! Em vez de fraldas e leite, temos de lidar com argumentos e amuos. As histórias de princesas e princípes são substituídas por aventuras em colégios internos e cadernetas de futebol. Os tutus cor-de-rosa por leggings e tops da moda. E pensamos: como é que isto aconteceu tão rápido? E a dada altura desejamos que o tempo volte atrás e que as fraldas e o leite sejam as nossas únicas preocupações!

Porque lidar com filhos de 9 anos, não é fácil! Há bater de portas, não porque não sejam capazes de controlar o barulho como acontece com os pré-escolares, mas porque têm necessidade de expressar os seus sentimentos de indignação para com o irmão mais novo que as interrompeu com uma qualquer pergunta despropositada. Há amuos de meia-noite porque o dito irmão mais novo não quis ver uma das séries preferidas.... dela(e)!

Há tentativas (nem sempre frustradas) de espreitar o tablet por entre os lençóis. Vêm-se séries na TV que nem sempre são as mais apropriadas. E quando lhes dizemos que não, muitas vão espreita-las ao Youtube na mesma.

Há uma necessidade (adolescente) de passar tempo com os amigos: acabaram de vir de uma festa e já estão a perguntar quando é que a amiga(o) X pode ir lá passar a tarde. E quando gentilmente lhes recusamos o pedido, há revirar de olhos e queixas sobre como a vida é injusta!

Os 9 levam-nos ao limite... tentamos discipliná-los, aplicar consequências, falar-lhes ao coração... dar-lhes todo o amor e suporte... lembramo-nos que é uma idade maravilhosa, em que nos ajudam, são autónomos, sempre prontos para novas descobertas, cheios de vida e humor.

Mas o que nos mata mesmo é sabermos que o que estamos a passar agora, não é nada comparado com o que vamos ter quando chegarem os 13.

 

Adaptado de Scarry Mommy

Tatiana

Psicóloga Clínica de Crianças e Adolescentes/Aconselhamento Parental

Psikontacto, Coimbra

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