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Espaço da Mãe | Copo Meio Cheio quando está quase Vazio

Por Tatiana Homem

Final de ano... altura de balanços e de novas decisões. De olharmos para trás e refletirmos sobre como correu o ano que termina e o que realmente queremos para o ano que começa.

E como a vida é feita de muitos momentos bons, mas dela também faz parte o sofrimento e a dor, partilho algumas estratégias para seguir em frente e ser resiliente nas alturas em que a vida se torna mais dura connosco*:

1 | Não é assim tão mau: já repararam como, após passarmos por um acontecimento difícil, somos bastante catastróficos quando se trata de avaliar como nos iremos sentir no futuro? Pensamos imediatamente que nos iremos sentir sempre mal; que aquele sofrimento não vai acabar nunca. Mas, na realidade a dor está lá mas não ficará para sempre. Basta lembrarmo-nos de outras alturas da nossa vida em que também sofremos e de como esse sofrimento acabou por passar. É caso para nos lembrarmos que “o tempo cura tudo!”

2 | Temos um “sistema psicológico imunitário”: para além do tempo, temos também este sistema e é ele o responsável pela forma como enfrentamos a adversidade. Quando alguma coisa negativa nos acontece, há um conjunto de processos psicológicos nos quais nos envolvemos e que nos ajudam a sentirmo-nos melhor em relação a esses acontecimentos negativos. Por exemplo, quando uma relação termina é comum nos primeiros tempos centrarmo-nos no que fizemos de errado, mas ao fim de algum tempo podemos começar a pensar qualquer coisa como “se não foi era porque não tinha que ser” ou “nós sempre fomos bastante diferentes” e isto ajuda-nos a lidar com a dor.

3 | Quando a dor é mais forte e demora mais a passar, ao invés de pensarmos que o seu “sistema psicológico imunitário” não está a funcionar, podemos dar-lhe uma ajuda: por quatro dias consecutivos sente-se e escreva sobre o que o incomoda, preocupa ou causa sofrimento, durante 20 minutos. Não se preocupe com a forma como escreve. Ninguém vai ler (nem mesmo você). No final, apague ou rasgue o que escreveu. Alguns estudos têm mostrado que o simples ato de escrever ajuda-nos a dar sentido ao sofrimento, acalmando-o.

4 | As ações falam mais alto que as palavras: se quer conhecer-se melhor, para evitar problemas e preocupações no futuro, preste atenção ao seu comportamento, não aos seus pensamentos.

5 | Pratique o bem, seja bom: muitas vezes, quando o nosso comportamento muda, a nossa visão de nós mesmos e a nossa história muda também.

 

E preparados com estas estratégias, podemos enfrentar as adversidades de 2017 com mais segurança e resiliência!

Tatiana

Psicóloga Clínica de Crianças e Adolescentes/Aconselhamento Parental

Psikontacto, Coimbra

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