Dizem que os primeiros segundos em que duas pessoas olham uma para a outra, são suficientes para se formarem ideias pré-concebidas sobre ambas. Coloca-se uma etiqueta na testa e pronto! Daí surgem as expectativas ou a falta delas em relação a essa pessoa. Em alguns casos, a coisa morre por ali porque não damos sequer oportunidade ao outro de mostrar aquilo que realmente é. Noutras situações criamos uma ilusão que depois não corresponde e lá ficamos nós com desgostos emocionais ou decepções.
Há uns anos eu também era pateta! Vivia dentro dos parâmetros que a sociedade me tinha imposto dentro da cabeça.
Um dia fui viver durante uns meses para fora do país. Sozinha! E isso obrigou-me a mudar essa percepção que tinha do Mundo! De repente, porque tinha necessidade de socializar e não havia betos por perto, descobri pessoas estupendas dentro de imagens que nunca corresponderiam ao meu estereótipo de pessoa-com-quem-podia-construir-uma-amizade. Foi uma grande lição que trouxe! Para a vida! Aprendi que cada um tem o direito de mostrar aquilo que é e que nós temos o dever de descobrir o que cada um tem para nos dar. Oferecendo oportunidades iguais a cada um, independentemente do aspecto exterior, da profissão, do estado civil, da religião, preferências sexuais, e mais mil e uma coisas que nos fazem colocar etiquetas na testa uns dos outros!!! Aprendi isso porque eles fizeram o mesmo comigo. E eu agradeci, porque ali, quem merecia a etiqueta na testa era eu.
Quando me separei, eu própria pus uma etiqueta na minha testa! A da mulher divorciada com dois filhos atrás. Ao princípio tinha até vergonha de dizer que era divorciada. Na minha cabeça, uma mulher divorciada era alguém carrancudo, com mau feitio, emocionalmente pobre e instável. Quase que a imaginava a viver numa casa escura, de pijama velho e de manta no sofá. A viver para o desgosto e para a falta de amor.
Isso só mudou quando a coisa me tocou na pele! Quando percebi que, ser divorciada não me define. Quando percebi que eu era bem mais do que um estado civil. Que não vivia a chorar pelos cantos, não tinha sequer pijamas velhos em casa e que só usava a manta no sofá quando fazia realmente frio à hora da novela. Entretanto descobri mais mulheres divorciadas na minha vida! E nem vão acreditar!!! São giras! Divertidas! Bem-resolvidas! Interessantes!
Nos 4 anos que já levo deste estado civil (que é apenas uma ínfima parte daquilo que eu sou) não estive sempre sozinha. Mas mesmo quando estou, não significa que esteja infeliz ou amarga. Não há maior prazer do que viver em paz com aquilo que somos. Do que agradecer a Deus aquilo que temos. Estar sozinha não significa estar infeliz. Estar solteira não significa andar à procura de homem. Significa apenas não estar com alguém. Não ter uma relação. A etiqueta de infeliz na testa das divorciadas-sem-homem-ao-lado é só tão estúpida quanto achar que todas as madrastas são malvadas, que todos os políticos são corruptos ou que todos os Muçulmanos são terroristas!!!
Acompanhe a Kiki e a sua Família 3 e 1/2 no Facebook e Blog
E o eu, mãe também aqui
Clique na Imagem para ver a Galeria
TweetDeixe o seu comentário
Publicações relacionadas
Visite também o nosso blog irmão