As histórias (notícias) de divórcios são, infelizmente, muito (cada vez mais?) frequentes! Lembro-me de ter visto há tempos que a taxa de divórcios em Portugal é de 70%! O que eu acho assustador...
Felizmente também se vão ouvindo histórias de pessoas que encontram novos amores! (Não! Ainda não tenho nada para contar!!)

É engraçado porque nesta fase da vida, as primeiras perguntas de amigas não são: o que é que ele faz, ou em que faculdade está! Mas sim, se é divorciado e quantos filhos tem!
E depois a pergunta inevitável: e a ex-mulher? É porreira?

Ninguém quer uma ex-mulher de um novo namorado chata! Daquelas controladoras ciumentas insuportáveis que não ultrapassam a coisa e vivem a infernizar a vida do homem. (Altamente válido também para ex-maridos!!!)
E eu pus-me a pensar nisso... A hipotética ex-mulher sobre quem perguntamos, sou eu! És tu! Somos todas nós. É sobre ti que as minhas amigas perguntam. É sobre mim que as tuas amigas perguntam.
Andamos quase numa troca de cromos umas com as outras. E isso leva-me a pensar na quantidade de vezes que "dizemos" mal dos nossos ex-maridos e eles de nós e nas maravilhas que dizemos dos novos namorados e eles de nós.
Tu dizes maravilhas do meu ex-marido! Eu digo maravilhas do teu!
Porquê? Porque eu achava que ele servia para mim mas afinal não serve? Porque ele achava que eu servia para ele mas afinal não sirvo? E porque é que agora o teu serve para mim? E eu sirvo para o teu?
Onde e quando é que deixámos de servir uns para os outros? E quando é que tu vais deixar de servir para o meu ex-marido como eu também deixei?
Andamos a evitar erros passados com os maridos e mulheres uns dos outros. Porque é que não o fizemos antes? Tu também já foste a namorada espectacular de quem ele falou aos amigos. Em algum momento da história deixaste de o ser. Tal como eu! Tal como eles! Para quê?
Eu já não vou a tempo. Mas não seria mais fácil, menos penoso (para nós e para os filhos) e mais barato também (que os divórcios estão pela hora da morte!!) se tentássemos evitar os erros que evitamos com o ex-marido dela, com o nosso próprio marido?
Agora ocorreu-me aquela brincadeira que fazemos com os bebés em que tapamos a cara com as mãos e quando abrimos fazemos um cu-cu com uma careta diferente para os fazer rir. Se calhar devíamos pensar em fazer cu-cu mais vezes dentro de casa, em vez de termos de chegar ao ponto em que passamos a dizer maravilhas do ex-marido e da ex-mulher dos outros.