E quando de repente começas a fazer contas e os dedos das duas mãos já não chegam para contar os anos que já lá vão? Aliás, são precisas duas vezes as duas mãos. E percebes que tens amigas que fazem parte da tua vida há 20 anos!
Para mim isso é espectacular, tendo em conta que mudei de cidade com 12 anos a acabei por perder o contacto com os amigos de infância. (Até o Facebook aparecer, claro!)
Comecei a fazer uma revista aos 20 anos que passaram. Aos nossos 20 anos. É impressionante o quanto mudámos e o quanto continuamos as mesmas. Como é isso possível?
Todas temos amigas assim! Não temos? Das que fazem planos para conquistarmos o Mundo juntas! Daquelas com quem descobrimos tudo. As que estiveram lá quando começámos com o primeiro namorado, quando acabámos com ele. No nosso primeiro par de chifres, a nossa primeira bebedeira, a nossa primeira relação sexual. (Bem, não estavam exactamente lá!!! Enfim! Vocês entenderam!)
Aquelas amigas com quem nos rimos a rebolar no chão, com quem chorámos no colo umas das outras, e que chorámos por causa umas das outras.
Aquelas amigas com quem nos abraçámos de alegria e de tristeza.
Aquelas que não podiam estar ao nosso lado quando nos dava um ataque de riso inoportuno, senão dava gargalhada na certa! (Com ranho e tudo!)
Que fumaram às escondidas connosco! E com quem bebemos além da conta. Aquelas com quem voltávamos a pé para casa. E que dormíamos em casa umas das outras.
Ahhhhh! As viagens que fizemos juntas. As noitadas no Deck, no Bar dos Pretos e no Bar dos 300. As calzones no Don Formagio. As maquilhagens ao espelho! As boleias para sair.
E quando entrámos no antigo Printemps do Cascaishopping com um balão dentro da camisa a fingir que estávamos grávidas.
Quando já não havia mais filmes no cinema para ver porque esgotávamos os disponíveis. Quando íamos à Feira do Artesanato do Estoril comer pão com chouriço e ouvir os concertos da Ágata e do Emanuel. E quando conhecemos os belgas no Jardim do Casino e passámos uma semana com eles e eu perdi a parte de cima do bikini numa onda gigante no guincho! (E só percebi quando vi a cara de pânico dela seguida de uma gargalhada!) O Bar da Ponte, a Kapital! Quando tirámos a carta e uma não distinguia a esquerda e a direita e inventámos os nossos códigos para ela nunca se enganar. As listas que fizemos com os nomes que queríamos dar aos filhos. Os testes da agulha e os horóscopos. Quando ficávamos noites a cantar ao som da guitarra de um amigo. A ouvir as gargalhadas de outro. E a rir das patacoadas de outro. A inventar letras para canções. Os namoros, os desgostos amorosos e as zangas com as amigas que iam chegando e indo. Mas nós éramos sempre as mesmas 3! Ali firmes e fortes! E odiávamos a mesmas gajas!
Os cursos da faculdade. Os casamentos, os nascimentos dos filhos e os divórcios. (O único que houve entre nós felizmente!) Ver os nossos filhos crescerem e brincarem quase como que a repetirem o que fizemos. Desejar e esperar que a que ainda não casou encontre o príncipe encantado, a que não se divorciou seja feliz para sempre e a anta divorciada arranje um marmanjo qualquer que não a chateie muito e já agora a faça feliz. (Essa sou eu, mas não digam a ninguém!)
Hoje em dia já não falamos 4 horas e meia seguidas ao telefone. Já não nos vemos todos os dias de manhã à noite! Mas é impressionante como, quando estamos as três juntas outra vez, é como se voltássemos a 1996!
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1 comentário(s)
olá kiki! em primeiro lugar quero dar-lhe os parabéns , adoro os seus post! adoro o seu humor e a sua boa disposição mesmo quando o assunto não é dos bons, mas tem de se falar! é das bloggers mais reais sem meias medidas e palavras :). em segundo ... revi-me neste post! tenho tantas amigas ( do colégio ) assim ... mas é mesmo assim a amizade verdadeira , podemos não nos vermos anos mas quando estamos juntas esses anos parece que não passaram. beijinho Inês
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