Ou então ser uma princesa da Disney! Ou viver numa bolha em Marte!
Quando me separei, tal como todas as pessoas, comecei a ficar mais atenta a coisas que não me despertavam a atenção enquanto estava casada. Coisas tipo o bar da moda, o restaurante top, a quantidade de pessoas que se separavam também.
Fiz muitos amigos novos. Inevitavelmente separados. Dá jeito aos separados, terem amigos nas mesmas condições. Primeiro porque a maior parte dos amigos casados começam a convidar-nos apenas para as festas de anos das crianças e depois, porque as amigas casadas não deixam o marido de 15 em 15 dias para irem sair à noite connosco. Obviamente!! E cheias de razão!
Fazes amigos novos e tentas conciliar os fim‑de‑semana dos filhos com eles. Começas portanto a descobrir um mundo novo! Um mundo para o qual eu não estava preparada. Sempre fui muito ingénua. Totó se calhar! Nunca traí nenhum namorado, muito menos o meu marido. E até há bem pouco tempo atrás achava que quase toda a gente era como eu. Hoje já sei que quase ninguém é assim. E começas a entrar neste mundo dos solteiros e divorciados como se estivesses a descobrir uma nova cidade. Vais andando, olhando para a paisagem, observando o que se passa à tua volta e vendo os hábitos e costumes dessa população.
Não posso chamar choque porque já sou crescidinha o suficiente para não ter choques deste tipo. Gosto mais de lhe chamar desilusão.
É triste ver a podridão que anda por aí. Mulheres casadas, homens casados, mulheres e homens que vão estando com este hoje e com o outro amanhã. Esquemas maléficos para esconder relações. O Facebook sempre a dar-lhes cabo dos planos. (Acho que o Facebook não veio ajudar nada! Quer dizer, dependendo da perspectiva, claro!)
As pessoas têm demasiado acesso umas às outras, demasiado acesso a redes sociais. São demasiado desprendidas. As relações vão-se deteriorando. Acho eu! Que se calhar sou totó!! Não consigo estar com uma pessoa só por estar. Nem tão pouco estar com o António hoje mas com o Manel e o Ricardo em linha para quando um dos outros não pode.
Não entendo. Cada vez há mais disto! E as pessoas acham normal!
Não sei se é culpa da Disney, ou dos meus pais serem pessoas sérias e me terem dado outra educação. Se calhar nem tem a ver com educação. Tem apenas a ver com a maneira como se vive. Ou com as oportunidades desta nova era. Mas acho pouco provável que um dia me vá habituar a isto. Onde andam os totós como eu? Ainda há não há? Quero mesmo acreditar que sim!!!
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10 comentário(s)
Olá Kiki, penso exatamente como tu e ainda nem entrei nesse mundo por ser tudo muito recente. Ao ler isto até fiquei assustada porque continuo acreditar no amor e nas relações, talvez isso me vá prejudicar, mas não consigo ser de outra forma. Bjs.
Adoro todos os looks! c9s linda e tens um estilo fatincanse! Quando postas fotografias do teu quarto e do teu armario? adorava "saber mais sobre ti" e acho que o quarto descreve a maneira de ser de uma pessoa!
Eu. tótó como tu! Não estás só!
Separei-me há 6 meses e sou tão tótó como tu! :)
Não é nem nunca será uma questão de "totozice" :), mas sim uma questão de educação, valores e princípios que nos foram incutidos desde tenra idade! Partilho totalmente desta opinião, e sobretudo mantenho-me fiel aos valores que me foram transmitidos :). Porque a vida dá muitas voltas (a minha já deu também umas quantas!), mas por mais voltas e trambolhões que dê, esta "totozice" fará sempre parte de mim! Ainda bem que, no meio de tanta mudança, há coisas que não mudam :)
Não sou divorciada, nem separada, aliás nunca sequer casei e nem sei se quero, em parte exactamente pelo que diz neste post. Tenho 23 anos, de momento não tenho namorado e faz-me tanta aflição a maneira como as pessoas se usam umas às outras quanto a si. Nunca consegui fazer tal coisa, nem sei como se faz, sei que muita gente (talvez a maior parte) sobretudo dos jovens é assim, e a mim parece-me tudo muito estranho. Não digo que tenham que ser tudo relações sérias, mas caramba, estar com um, ter dois ou três de reserva para o caso daquele não poder... Não entra na minha cabeça, e também eu me sinto muito totó e ingénua. Não sei se foi uma questão de educação, mas acho que não porque os meus pais são separados e sobretudo o meu pai não é nenhum exemplo em termos de relações e fidelidade. Ou talvez tenha tido o exemplo do que não fazer. Não faço ideia, se calhar é de mim.
Gostei desta reflexão/desabafo. Mas as traições e a promiscuidade (se quisermos chamar-lhe assim) nos relacionamentos amorosos sempre existiu! As redes sociais só introduziram a alteração no que toca à exposição das mesmas. Ou seja, não foram as redes sociais que inflacionaram o número de traições mas acenderam, se calhar, a luzinha que faltava em cima delas. As pessoas esquecem-se que são vistas mesmo quando acham que não.
Completamente totó e com orgulho...não concebo a ideia de estar com uma pessoa por modas, porque sim... pergunta onde ficam os sentimentos? Que princípios vamos passar aos nossos filhos se saltarmos de poiso em poiso como se não soubéssemos o nosso caminho? Admiro-me cada vez mais como as pessoas saem de um casamento e antes de quase separadas já estão noutra..é claro que não dá certo e torna-e vulgar esta quase troca. Relacionamento tem a ver com respeito, sentimentos, dádiva. Bem haja Kiki
Acredita... Eles andam aí! <3 beijo minha querida
Querida Kiki, Eu sou homem, separado e "tótó". As aspas são porque não acho que ser assim seja ser tótó. Tenho a sorte de me ter apaixonado por uma mulher com quem desejo ter tudo na vida. Fazermos o jantar, tocar-lhe no cabelo enquanto adormece, acordar com ela, dar o pequeno almoco aos filhos dela e aos meus ao mesmo tempo. Conseguirei? não sei. Espero que sim. Mas o quero dizer com isto é que essa realidade que agora vês é apenas uma parte do que anda à nossa volta. Imagino que estejas agora mais desperta para esse novo "estranho" mundo. Mas queria dizer-te, como homem, que não sinto que a vida de quem não conseguiu que o primeiro casamento resultasse passe por aí. Há disto e daquilo, há quem sim e há quem não. E há muitos que procuram o mesmo que tu. E que ainda não encontraram. Não devo ser bom a dar conselhos porque tive esta sorte inaudita de "a" encontrar sem procurar. Mas sinto que basta seres fiel ao que sempre foste e quando conseguires abrires um pouco mais o coração, como agora abriste os olhos. Então pode acontecer. E é bom demais.
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