Programa da manhã para um lazy sunday - ficar em casa a preguiçar? No way, agora mais vale termos sempre programa, senão arriscamos ter o mais velho a vegetar em frente à TV e o mais novo a trepar paredes... Que saudades dos domingos no sofá! Bom, programa: visita de estudo a uma exposição canina.
Era a primeira vez que qualquer um de nós ia a uma exposição canina e eu estava com imensa curiosidade de ver todo aquele circo. Todas as raças de cães e gatos reunidos num mesmo espaço e mais ainda, ver aves raras disfarçadas de cães (e seus donos) e sobretudo, as provas de agility. Eu AMO Border Collies, é o meu cão de sonho, são espertíssimos, rápidos, lindos, com o porte perfeito (nem demasiado pequenos nem gigantones), pastores incansáveis até de crianças, enfim, o máximo.
Reunidas as tropas, lá fomos. Claro que só depois de lá chegarmos é que caiu a ficha da confusão que lá estaria, e que se calhar andar com o carrinho do bebé rasteirinho, mesmo a passar em plena confusão ao nível de focinhos cheios de dentes e respectivos rabos ondulantes, poderia ser uma borga de germes e bactérias, mas... já lá estávamos e todos entusiasmados e o maninho é um porreiraço sempre bem disposto e sobretudo, os cães eram profissionais do circuito de exposições. Claro que ladravam, claro que havia acidentes fumegantes pelo chão (enquanto não eram limpos pelos donos, sempre atentos, em minutos), claro que às vezes era difícil circular de carrinho em punho, mas os cães andavam por lá tranquilos, super pacientes connosco e com os donos que os penteavam, lhes faziam tranças, os punham em posição, os mantinham sossegados, completamente indiferentes à confusão à sua volta.
Uma das razões que nos levou à exposição foi terapia de choque contra a mini fobia que o Pedro anda a desenvolver pelos cães. Ele gosta deles e rapidamente perde o medo e a vergonha na hora de lhes fazer umas festinhas, mas tem de ser sempre acompanhado e trabalhado e quando um cão lhe aparece assim de frente, de repente, à bruta, sendo um cão!, ele assusta-se imenso. Temos de estar sempre a dizer-lhe que os cães estão na vida deles, que eles não o querem atacar, que eles não lhe ligam nenhuma, que eles estão tranquilos e são bonzinhos, para que ele se acalme, mas o susto e receio estão sempre lá. Então, terapia de choque, vamos rodear-nos de todos os cães do mundo, sem escapatória! Arriscavamo-nos a uma cena de histeria e uma saída antecipada não muito à francesa, mas rapidamente vimos que foi uma aposta ganha. Claro que o Pedro delirou. A curiosidade falou mais alto que o receio e rapidamente ele pedia para fazer festas, queria ver todos os cães, andava por lá todo contente. E com os insufláveis, os balões e as pinturas faciais do costume, que também lá havia, o puto ficou rendido. E nós sempre em modo terapia "Vês Pedro, o cão é amigo, ele anda aqui na vida dele, ele não quer ir para cima de ti, eles são queridos." Pois. Mas nós chegamos lá. Uma exposição canina de cada vez.
Quanto a mim, vi as provas de agility e derreti com os Border Collies, são mesmo o máximo. Também confirmei a minha teoria de que muitas vezes humanos e cães que convivam muito, acabam como os casais de décadas, tornam-se parecidos. Os poodles tinham donos todos bonecos que lhes tufavam as bolas de pêlo com todo o afinco, os Serra da Estrela tinham donos gigantones que corriam arfantes nos ringues de exposição, os yorkshire eram penteados incessantemente por donas maníacas. Foi a experiência antropológica que eu já estava à espera de ver. Era uma ambiente muito diferente, muito alternativo, às vezes um pouco incómodo, porque não podia deixar de pensar no (pelo menos) grande frete que os pobre cães lá estavam a fazer, mas a esmagadora maioria dos cães parecia estar por lá mesmo tranquila. São mesmo os melhores amigos do homem.
Como inveterada amante de gatos (RIP meu querido Félix, 18 anos de amor... pela minha mãe, que a mim não ligavas nenhuma, mas continuas a bater forte cá dentro na mesma, eu sempre perdoei o faux pas), não pude deixar de rir a valer quando passámos ao salão dos gatos. Para começar, a bela da tabuleta a marcar posição: "Proibida a entrada de cães". Não há cá misturas com essa gente horrorosa, mal cheirosa, barulhenta, uma maçada! E uma vez entrados, a diferença gritante entre cães e gatos. Um silêncio, uma paz, uma categoria de ambiente. Gaiolas impecáveis, autênticos studios do Soho, com os gatos esfíngicos lá dentro, com um ar de desprezo monumental por nós, vulgaríssimos humanos que tínhamos o raro privilégio de os contemplar de perto. Obrigada pela oportunidade, a sério. E a teoria dos donos, a confirmar-se mais uma vez. Na vida deles, não nos passavam cartão, sossegados no canto deles.
Por fim, passamos pela ala dos coelhos e demais roedores e fomos desembocar na banquinha dos peixinhos de aquário, hamsters e... tartarugas. Claro que o Pedro continuava em extase e queria levar os pexinhos e os passarinhos todos para casa, como sempre que passamos por uma loja de animais. Mas desta vez, lancei ao meu marido um "E se levássemos uma tartaruga, não são tão fofas?" E para meu grande espanto, que estas perguntas são de retórica, não levo de volta com um "Tem juízo", mas sim com um "Porque não? Se ainda não demos cabo de dois putos, uma tartaruga vai ser canja" E foi assim que a tartaruga Rita entrou nas nossas vidas.
Mas isso é toda uma outra história!
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