Esta semana li um artigo sobre a nova expressão americanizada para pessoas civilizadas: Conscious Uncoupling!
Basicamente trata-se do nome que se dá a casais que decidem divorciar-se sentados frente a frente com um copo de vinho a brindar a sua decisão em vez de atirarem pratos à parede e roupa pela janela.

Diz que é moda por lá! Depois ficam muito amigos, continuam a beber copos juntos e fazem jantares para as futuras namoradas e namorados para celebrar o amor na vida daqueles que amaram um dia!
É tudo muito bonito! Mas isto das modas, na minha modesta opinião, não funciona sempre bem. Uma pessoa não pode tentar ser uma coisa que não é só porque é moda. Não pode tentar vestir uma coisa que não gosta só porque é moda. Primeiro porque não é razoável tentar ser-se o que não se é, depois porque acaba por não ter sustentabilidade. Algum dia deixa de se ser e pronto!

Fiquei a pensar naquilo. Um divórcio, por muito civilizado e consciente que seja, não poderá ser nunca um momento feliz. Digo eu, que não sou especialista! Por muito que por vezes nos sintamos aliviados por nos libertarmos de uma situação que não nos fazia felizes, não haverá sempre um sentimento de falhanço?
No meu caso, não foi uma decisão tomada a dois. Eu apenas me deixei levar por algo que me foi imposto. Quando um não dança, os dois não valsam, certo? Por muito felizes que sejamos hoje em dia um com o outro. Por muito que conversemos um com o outro sobre as nossas vidas e que partilhemos momentos importantes com os nossos filhos, não chegámos lá de um dia para o outro. Foi feito um percurso. Doloroso! Bastante doloroso! Até aceitarmos a realidade. Porque até para ele que tomou a decisão, acredito que não tenha sido fácil.
Uma pessoa não pode sentar-se num sofá e combinar ir cada um para seu lado e serem apenas amigos a partir de "hoje" e tudo bem! Ou pode?

Não sei... Acho que, por muito boa vontade que se tenha em ser assim, há sempre um que sai lesado.
Não se escolhe ser civilizado! Ou se é ou não se é! A diferença é que, magoas passadas, quando se é, chega-se lá. Nem que seja porque respeitas a pessoa com quem partilhaste a cama e um projecto de vida a dois que agora já não existe. E outros, por muito que tentem, não conseguirão nunca.

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