Durante muito tempo defini-me orgulhosamente como uma “multitasker”. Trabalho há cerca de 15 anos em vários projetos e em diferentes locais ao mesmo tempo, sou mãe de três crianças pequenas, esforço-me por manter um convívio regular com os meus amigos. Enfim, nada de muito especial e provavelmente o que a maior parte de nós tenta fazer no seu dia-a-dia, equilibrando muitos pratos ao mesmo tempo.

Mas desde há um tempo para cá, esta capacidade de multitasking deixou de ser uma vantagem, um ponto a meu favor, e tornou-se um obstáculo à minha capacidade de estar focada, de aproveitar as diferentes situações e projetos em que me envolvo e tirar partido de cada momento. Muito mindfulness esta ideia, eu sei… mas a verdade é que no último ano a sensação de viver sempre com o cérebro numa verdadeira hiperatividade de ideias acentuou-se e isto dificultou a minha capacidade de estar verdadeiramente a 100% em cada projeto e situação.

Recentemente li um artigo que explicava que a capacidade de foco funcionava tal e qual um músculo, isto é, tinha que ser exercitada diariamente para obtermos resultados. De entre as várias estratégias sugeridas, a primeira que quero aplicar é esta: deixar de estar num modo em que reajo constantemente às várias solicitações que me chegam, o que pode passar simplesmente por desligar as notificações que chegam ao telemóvel e computador a cada novo mail e que me levam a abri-lo e responder, perdendo assim o foco do que estava a fazer!

A segunda estratégia sugerida tem a ver com o sono e com a pouca importância que lhe atribuímos, embora ele seja um fator decisivo para o nosso bem-estar a todos os níveis. e a nossa capacidade de estarmos focados e centrados no que se passa à nossa volta. Por isso, dormir mais e melhor será um ponto de honra neste ano que agora começa.

E a 2016 é essencialmente o que peço: maior capacidade de foco para poder estar atenta ao que é mesmo essencial e que acontece todos os dias à minha volta.

Tatiana

Encontre a Tatiana Homem em acção por aqui: Psikontacto - Núcleo de Formação e Intervenção Terapêutica; Associação Pais como Nós