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Crónicas de Uma Mãe Divorciada | As Amizades são uma Espécie de Bando de Aves!

Por Kiki

A amizade sempre foi um dos pontos de equilíbrio da minha vida. Às vezes de desequilíbrio. Sempre dei muita importância às pessoas que partilhavam esse sentimento comigo. A umas mais, a outras menos. Se calhar muitas vezes injusta. Para ambos os lados. Mas a verdade é que adoro pessoas. Adoro conhecer pessoas, ouvi-las, contar-lhes coisas, descobrir vidas novas. Adoro fazer amigos. O único problema, felizmente fui aprendendo e sei que estou bem melhor, é que ao longo da vida vamos depositando expectativas nas pessoas que se cruzam connosco. E pior, vamos-lhes dando a elas, aquilo que acharíamos justo que elas fizessem por nós também. E não falo apenas no mau, no bom também. 

Ao longo das etapas da vida, vamos fazendo várias amizades e o decurso natural da coisa vai fazendo a sua selecção natural também.
Quando me divorciei, a dita "selecção natural" foi quase uma tempestade daquelas que acontecem às vezes quando o Senhor lá de cima acha que estamos a precisar de uma boa limpeza cá em baixo. Tive algumas surpresas boas mas também tive surpresas más. Percebi quais são os que estão cá sempre e quais são os que só estão quando calha. Também vi muitos necrófagos! Daqueles que vêm só cheirar os teus restos mortais, alimentarem-se de tricas e depois põem-se na alheta!
Uma das coisas que percebi é que deixas de pertencer ao grupo "casais". E os programas que fazias em casal e em família desaparecem. Passas a ser a divorciada. Uns fins‑de‑semana com filhos, outros sem filhos. Parece que deixas de ter o estatuto que precisas para poderes conviver com a espécie "família estruturada" porque passas a pertencer à espécie "família monoparental". Se calhar por isso também, talvez por identificação da espécie, passas a ter programas só com aves na mesma condição que tu. Os divorciados. Faz-me alguma confusão que as espécies deixem de se misturar, mas se calhar é mesmo a lei da vida.
Também é verdade que nos fins-de‑semana sem filhos te apetece ter imensos programas que não incluem crianças, como fazer noitadas ou desportos radicais. E se calhar a selecção não é feita só de um lado como eu achava ao início. Tu própria acabas por te afastar um pouco. Há sempre culpa dos dois lados, não há?
Este fim‑de‑semana estivemos no campo com uma data de casais e uma data de criançada. Uns filhos de uns, outros filhos de outros, outros já filhos da nova espécie. E a uma dada altura, demos conta que não havia um único adulto que não fosse divorciado naquela casa.
Eu, a romântica inveterada de sempre, saio-me com um:
- Olha que porra!! Já viram que nenhuma destas crianças tem os pais casados? Que raio de exemplo estamos nós a dar aos nossos filhos?
E fui logo atirada à parede com um:
- Estamos a dar o exemplo que podemos ser felizes e não vivemos acomodados às situações e somos capazes de lutar e de ultrapassar situações difíceis e voltar a viver.

Toma lá que já comeste(s)!!! Pois! Tem toda a razão!! O copo meio-cheio! Lá está! E a verdade é que estávamos mesmo felizes! E também as crianças que estiveram o tempo todo a rir, a divertirem-se e a sujarem-se de lama e de felicidade.

Mas a minha reflexão final foi mais ao nível da espécie de aves que ali estava dentro daquela casa.
Há uns anos atrás, estaríamos todos em casais (de primeira viagem) com fraldas e biberons espalhados por todo o lado. E se calhar discussões paravas sobre quem foi o ultimo a mudar a fralda ou a dar a sopa à criança. Desta vez estávamos uma data de pessoas com vidas refeitas com filhos nossos e filhos dos outros, a ajudarmo-nos uns aos outros e a partilhar histórias com as quais todos nos identificávamos.

Se calhar é mesmo essa a selecção natural da coisa. A identificação. Há amizades que são feitas para durar a vida toda! Algumas coisas lá atrás nos fizeram identificar com essas pessoas a uma dada altura da vida e outras muito fortes nos fez mantermo-nos juntas. As amizades novas advêm de outro tipo de identificação. De outro tipo de etapa na vida. E espero que outras coisas tão fortes nos façam continuar juntos também.

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2 comentário(s)

Alexandra Cardoso03 de Março, 2015 às 22:35:26
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Acho que é mesmo porque se conseguem compreender melhor. Sorrisos, Alexandra :) The Sweetest Life http://thesweetest-life.blogspot.com

Masilu10 de Março, 2015 às 10:55:27

hola me llamo javier soy de veeuznela ando soltero me gustaria contactarte eres muy hermosa mi face es javier gutierrez soy musico te conplasere en todo tengo 24 af1os me te escribo por a qui por que no e allado la formar de comunicame contigo espero alguna respuesto saludos mi amor

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