Se há coisas que nunca pensei fazer enquanto mãe, daquelas mais sérias, também há coisas mais trágico-cómicas que nunca pensei ter de fazer enquanto mãe, ou pior, que nunca pensei que me acontecessem.

Aviso à navegação! Este artigo está pejado de escatologia e fluidos vários e não é aconselhável a  seres sensíveis ou pior, a quem nunca foi mãe. Quem é mãe, das duas uma: ou sabe perfeitamente do que é que estou a falar, ou tem cromos piores para troca. Seja como for, impressionadas não vão ficar, que isto de ser mãe enrigesse. Então, vamos lá, com coragem!

Nunca pensei que ao ser mãe eu iria:

1 | Levar com vómito no pescoço - sim, um belo dia, ou melhor, altas horas da noite, estava eu de volta do meu bebé doente, que se contorcia com dores de barriga, chorava, desesperava. Eu deitei-me com ele em cima de mim, para o acalmar. Ele pareceu sossegar, até que.. Vomitou no meu pescoço. E o vómito foi pescoço fora, ombro abaixo e meteu-se pela minha camisola. E eu? Fiquei impávida e serena, nem me mexi. Porque foi remédio santo, o meu bebé finalmente sossegou e adormeceu e por mim, tudo bem! Nem eu sabia como me levantar naquele estado...

2 | Limpar cocó com os dedos - em plena muda de fraldas eu olho para ele, ele olha para mim, ele faz aquele esgar de "sai da frente, que aí vem gente", mas eu não tinha nem toalhetes, nem nada à mão, excepto a própria mão. Pois que serviu perfeitamente - faz-se a placagem ao cocó em jacto com a mão  e fica-se ali um bocadinho bom à espera que alguém nos acuda.

3 | Comemorar idas à casa de banho - continuando nos Numbers two, nunca na minha vida pensei que comemorasse com palmilhas, danças da felicidade e abracinhos, um belo cagalhotinho a ir descarga abaixo. Que diabo, nunca pensei que a minha vida se resumisse a tanto cocó! Mas o certo é que, quando finalmente lhes dá o click e percebem que cocó rima com retrete, não fraldas, é a felicidade suprema.

4 | Ter audiência quando se está na casa de banho - a partir do momento em que gatinham, nunca mais estamos sozinhas, temos sempre companhia. Tão bom! 

5 | Meter a mão retrete abaixo: sim, isto bateu no fundo... da retrete, literalmente. Carrinhos, legos, bonecos, chupetas! Tudo o que caiba no cano, vai pelo cano, e só não vai abaixo, porque aqui a mãe querida enfia a mão onde for preciso para não entupir sôdona retrete. Nojo. Mas pior seria ficar com a dita entupida, deus me livre de pagar fortunas ao canlizador por causa de um Playmobil.

Enfim, vida de mãe resume-se a fluidos corporais, quanto mais nojentos, mais encartadas ficamos nisto de ser-se mãe. Ganho créditos para passagem directa para o céu, ou quê?

E cromos para troca, há?