As batatas vieram da horta da empregada, as cenoras e as cebolas da prateleira de bios do super, os espinafres da eira da bisavó, o feijão verde da praça.
Tudo é bem descascado com o descascador ninja do IKEA - aquele com o cabo preto, todo high tech, de certeza sabem do que é que eu estou a falar e vai parar ao panelão ou à Bimby, consoante quem esteja a pilotar o fogão.
100 graus, 30 minutos, velocidade 1. Água, poucas batatas, duas cenouras, uma cebola, um dente de alho e um pouco de cada uma das verduras que andam pelo frigorífico a pedirem para ir parar à panela – pick me, pick me! É a receita da minha sopa. Meia hora a rodar, a cozer, a amolecer, a apurar, a crescer. Ao fim do tempo, acorro prontamente ao apito, não há nada mais perfurante que o apito irritantezinho da maquineta. Um fio longo e pesado de azeite, vinte segundos de trituração e tenho sopa para cinco ou seis porções.
É a sopa dos meus filhos, desde bebés. Da qual também passámos a comer. Inverteu-se a lógica, mas faz mais sentido. A deles era mais básica, mais variada, sem sal, mas muito sabor. Habituamo-nos muito rapidamente ao palato insosso, pelo contrário, tudo o mais nos parece de repente muito mais salgado, a saber ao mesmo sal! Nós pais passámos a comer como eles, não eles a comer como nós. Menos sal, menos molhos, mais verduras e sabores puros.
Não há nada mais rotineiro do que a sopa antes da refeição. Não há nada que faça tão bem, que sacie tão prontamente, que forre tão bem o estômago para o prato que segue.
Maravilhosa dieta mediterrânica esta nossa que nos deixou um caldinho à beira da refeição plantado.
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