Eu adoro o Monstro das Bolachas, é das personagens da minha infância que imediatamente me fazem rir e imitar "Bolachinhaaaaas!" em tom grave e alarve!
A propósito de estarmos a falar sobre monstros em geral - um tema de salão cá por casa, a par de felinos e carros descapotáveis :) - mostrei aos miúdos vídeos de youtube do Monstro das Bolachas, na saudosa Rua Sésamo.
Começámos por ver um bocadinho do sketch do Monstro das Bolachas, depois um pouco do Egas e Becas e ainda um pouco do Poupas e Ferrão. Não havia luzes e flashes, não havia músicas batidas de fundo, não havia acção brusca e mudanças de planos rápidos. O ritmo era lento, mesmo. Ficámos parados a ver, literalmente.
Já não apanhava a Rua Sésamo há muito tempo - o genérico saiu-me disparado na hora, a cantar a plenos pulmões - e apenas agora, ao ver um programa da minha infância quando estou a par dos programas deles hoje, é que percebi o quanto mudou nos desenhos animados do meu tempo para este tempo dos nossos filhos. E como isso os afecta.
Eu já sabia que o ritmo dos desenhos animados de hoje em dia é frenético - há sempre imensa acção, luzes, flashes, planos curtos e em pico -, mas apanhar de repente um desenho animado ou programa de antigamente é uma experiência zen é perturbadora - porque percebemos claramente o contraste entre a velocidade, o ritmo de como se desenrolavam as coisas, a calma de antes e o ritmo frenético de hoje.
Não há de ser esta geração ser super acelerada, exigente de instant gratification, incapaz de se entreter com pouco, com calma, de aborrecer-se e ficar simplesmente de papo para o ar... É-lhes constantemente enfiado pelos olhos dentro demasiada informação, luzes, ação desenfreada, isso só pode perturba-los e deixá-los sedentos de mais e mais até cair para o lado exaustos!
A diferença é também enorme nos filmes da Disney, por exemplo. Experimentem ver a Bela Adormecida ou o Robin dos Bosques, não tem nada a ver com o ritmo acelerado de hoje, e não é apenas fruto dos avanços digitais e tecnológicos da produção dos filmes, tem a ver com a forma como se contam histórias, é em espiral, sempre a rodar.
Porque é que temos de imprimir sempre esse ritmo alucinante a tudo? Não dá para desacelerar as nossas vidas, começando naquilo que os nossos filhos vêem na TV, supostamente para descontrair? Seria um bom começo, sem dúvida...
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