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Filhos

Pai Tónico | Mãe Mártir

Por Pai Tónico

​“Oh céus! Ajudem-me!” Não estou propriamente a pedir auxílio para escrever este post, mas talvez a elucidar muito do que oiço, no silêncio, no meu dia-a-dia. Ter um filho traz um infindável mundo de desafios mas certamente muitas mais coisas deliciosamente boas! 

​A mãe é a poderosa guerreira que traz o filho ao mundo! A mãe luta como uma leoa! A mãe defende! Mas… a mãe vive numa infinita linha que a separa de uma super-heroína para uma mártir! A super-heroína está sempre pronta para ajudar o filho, a mártir queixa-se que ninguém a ajuda quando é ela que quer fazer tudo! A poderosa delega as funções, a mártir carrega o filho quando tem como o transportar! A lutadora incentiva o filho, desenvolve autonomia, a mártir faz tudo porque “o meu filho precisa!” ou “ele ainda não é capaz!”. A leoa informa-se e cultiva-se, a mártir fica vulnerável a todos os blogues e opiniões! A mãe aceita a diferença, a mártir impõe a regra! Até porque mãe que é mártir, tem que sofrer! A mãe mártir tem que dormir mal, tem que não ter tempo para ela, tem que não ter horas para comer…

​A mãe mártir tem ainda algumas outras particularidades… sente culpa mas não assume o erro! Adora ainda apunhalar as demais mães com frases extremamente fofinhas como “eu não conseguia fazer isso ao meu filho…”, “ foste capaz?!”, “eu sou incapaz de o deixar com alguém…” fazendo voar um lâmina afiada sobre o coração das mães aventureiras. Roem-se de inveja “amigável” dos sucessos com as crias alheias. Mas em silêncio! Não pede ajuda porque não se sente envergonhada em ir ao Dr. Google ®!

Quando as mães mártir se encontram, compartilham ideias das últimas tendências: como se deve dar a papinha, ou a nova “evidência” de que faz melhor á pele aplicar o creme com o dedo indicador! Sempre prontas a “ajudar” umas as outras – “ eu vi que se fazia assim…” “com o meu isso não resulta!” “isso já não se faz assim!” – invocando experiências cibernautas como fontes fidedignas de pedagogia e puericultura!

Quase que podia ser um signo, um clube, uma legião. Mãe mártir muitas vezes sofre em silêncio, não fala! Mas opina e critica! Pelo menos para si própria! A mãe mártir encontra no seu filho o alibi perfeito para se descuidar com o corpo e a mente, para não ir ter com os amigos, para deixar de estar com a família – “Oh, mãe mártir!!!!”. Sente-se poderosa em relação a maternidade, sem saber muito bem o quanto melhor poderia ser! Sem dúvida que os filhos aspiram por osmose o comportamento dos pais! A estabilidade, o bem-estar, a força, a socialização! Eles estão bem quando nós estamos realmente bem!

 No fundo fica a dúvida se a mãe mártir é assim porque não tem outra forma de o ser, ou é assim, porque simplesmente gosta de o ser! Estarei cá para ajudar muitas mães mártir, se assim o desejarem, a viver uma maternidade diferente! “Oh, mãe mártir!!!!”

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