Ainda no outro dia eu ia no metro e lá se plantaram eles à minha frente. Um grupo de adolescentes, uns seis rapazes e uma rapariga, uns 14 anos no máximo, com aqueles corpos de quase adulto, a esticar o peso da infância em centímetros que não param de crescer. Altos, franzinos, com o cabelo e os ténis da moda, uns pelitos na cara ainda lisinha ou já nem tanto.
Uns garotos, a vir do liceu, a falar sobre as saídas, sobre futebol, a verem os telemóveis uns dos outros. A olharem-se, a medirem-se, a fazerem-se cool, a observar com a máxima atenção blasé as atitudes e reações uns dos outros. O jogo social da adolescência ao máximo.
Eu gelei, só de imaginar os meus miúdos a virem para casa sozinhos de metro, a andarem por aí com os amigos, a medirem forças com um olhar, um palavrão, a fidelizarem amizades com segredos que só eles e as respectivas redes sociais sabem. Eu morro de medo dos adolescentes.
Eu morro de medo da adolescência dos meus rapazes. Dos amores furados, das saídas à noite, das decepções, das bebedeiras, das más companhias, da importância vital da tribo. Morro de medo de ver chegar o dia em que me transformo sem aviso numa pária, uma naba, uma chata que não percebe nada de nada.
Que o respeito, amor, valores e companheirismo que estamos a plantar e fazer crescer agora tenham raízes suficientemente profundas para se aguentar no vendaval de hormonas que aí vem...
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