Com o primeiro de Setembro começou verdadeiramente a contagem decrescente para o primeiro ano do Pedro. Já tinha falado sobre isso aqui e agora que já sabemos qual a escola, turma e tudo o mais - sendo condicional andámos um bocado às aranhas para por o Pedro na escola em que queríamos, mas acabou por correr tudo melhor do que esperávamos - podemos relaxar e aproveitar os últimos dias antes da escola para assentar a cabeça do pós férias.
Então, agora que faltam 15 dias para o início das aulas eu dou por mim sozinha com o meu filho uns bons dias seguidos, a tomar conta dele, só nós os dois, pela primeira vez desde que ele tinha um ano de idade, altura em que entrou para a creche.
Como os colégios em que andou não fechavam durante os meses de verão, eu sempre tive esse backup o ano inteiro. Se não estávamos de férias, se eles não estavam a passar uns dias com os avós, se eu estava a trabalhar, eles estavam no colégio e não se pensava mais nisso. Assim, 15 dias seguidos, só nós os dois, em modo dia a dia, não desde que ele ainda era bebé.
É uma novidade para mim, este adaptar do meu trabalho ao dia inteiro com ele!
Pois olhem, viva o telemóvel que me permite reponder a e-mails, fazer telefonemas de trabalho, escrever este post, enquanto o Pedro queima baterias no parquinho!
Viva todas as milhares de pequenas coisas que tenho para fazer e sempre vou adiando por falta de tempo, pois agora transformaram-se em actividade com o Pedro: tomar uma vacina, eu ir fazer um exame, uma consulta, ir ao banco, ir ao supermercado, ir ao multibanco, tudo é programa!
Viva a box da televisão, que nos permite uma sessão (ou duas) de cinema enquanto eu trabalho no computador.
Viva os livros de actividades, de desenhos, de montagens e colagens que o Pedro adora.
Viva os dates mãe e filho que tenho planeados: minigolfe, praia, esplanada e trampolim, visitas a museus.
E isto é tudo muito bonito, mas eu tenho a possibilidade de estar com ele o dia todo, de trabalhar a partir de casa, de adaptar ou simplesmente adiar o meu trabalho para estar com ele. Posso levá-lo sem qualquer problema para o meu escritório, posso deixá-lo com a avó ou a empregada se for preciso. Mas, e quem tem horários rígidos para cumprir? Quem não tem hipótese de esgueirar o miúdo no escritório? Quem já esgotou todos os dias de férias e tem de fazer malabarismos para ter quem tome conta dos miúdos?
Não é fácil ser mãe nos dias de hoje, muita força para quem esteve 3 meses, um mês, 15 dias a dar voltas à cabeça por cada dia a passar com os filhos ao mesmo tempo que tem a cabeça no trabalho. Estar nesse limbo de culpa, frustração, vontade de ora largar o trabalho, ora largar o miúdo, não é nada fácil, tenho a certeza.
Aos outros pode soar exagerado, para quem acredita inocentemente que a maternidade deve ser uma militância, pode parecer chocante, mas quem é mãe trabalhadora percebe e sabe o quanto custa este desdobrar.
Quem também pratica este equilíbrio? Como fazem, heroínas? Já faltou mais, mães!
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1 comentário(s)
Olá .. faço tudo igual a si... todas as coisitas que vamos deixando por tratar servem de programa. Mas acredito que seja uma dor de cabeça para muitas mães guerreiras que esgotam os dias de férias... coragem e beijinho a todas. Ainda bem que conseguiram a escola que pretendem. Bom ano para os filhotes
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