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Filhos

A Viajar no Tempo, ou é cedo demais?

Por Inês

Se no ano passado consegui incutir o gosto na leitura ao Pê com as aventuras dos miúdos paleolíticos do Bando das Cavernas, este ano acho que estou quase a conseguir o que já estava mais que doidinha para que acontecesse: pôr o Pê a devorar a coleção das Viagens no Tempo e por aí em diante. 

Sou absolutamente fã das viagens dos irmãos Ana e João com o cientista Orlando, papei religiosamente todos os livros assim que lhes punha a mão, no meu tempo, há séculos atrás... Sabia que bastava que o Pê começasse a lê-los para ficar agarrado e subir uns bons níveis na complexidade e intensidade da literatura. Isto sim são livros com enredo como deve ser - cheias de aventura bem contextualizada na história de Portugal-, texto como deve ser - poucas imagens, bem escrito e a desenvolver a ação com tempo.

Depois de ter lido os 20 livros do Bando das Cavernas e já ler com total desenvoltura, a minha mira passou para a colecção Uma Aventura. Mas, no início do segundo ano, ainda era cedo demais, o Pê não quis saber. Passei então para os do Geronimo Stilton mas não me queria demorar por aí muito tempo - demasiada bonecada, pouco texto, tradução de inglês, preferia autores portugueses.

Neste verão, depois de mais um ano escolar e com o Pê já a gostar de História, passei directamente dos Uma Aventura para as Viagens no Tempo e lá convenci o Pê a começar a ler. Argumentos imbatíveis: os personagens são miúdos mais crescidos, são portugueses e viajam aos momentos e períodos históricos mais marcantes de Portugal. Começou a ler e adorou, já vai a mais de meio do Viagem ao Tempo dos Castelos.

Apesar disso, ainda não pegou de estaca. O verão está cheio de animação e distrações e o Pê não tem tido tempo morto para se dedicar à leitura. Mas eu acho que ele chega lá, pelo menos está a acompanhar perfeitamente o enredo e não é nada difícil para ele, apenas tem de ficar agarrado. A visita à Feira há duas semanas deu mais um boost à leitura, mas a brincadeira sobrepoe-se, tudo bem, estamos de férias. 

O gosto pela leitura é a minha grande cruzada da escola primária, cada vez estou mais convencida que tudo o que eles precisam nestes primeiros anos é de ler com gosto e o melhor possível: o resto vem por acréscimo.

Desde que li este texto tenho reflectido sobre isto dos livros que aliciam (quando aliciam) os miúdos serem demasiado infanitloides, palermas, muito “papinha feita” e “instant gratificariam”, não criando nos miúdos a paciência e abstração para ir construindo uma narrativa com calma, desenvolvendo um enredo e estrutura com princípio longo, muito meio e um fim equilibrado. Não que estes livros não tenham imensa aventura, mas acho que é uma óptima iniciação ao romance a sério, longo. 

Para trás já não volta, e eu tenho guardados, sossegados à espera de novas mãos e olhos curiosos muitos livros que fizeram a minha juventude e espero que façam as delícias dos meus rapazes. 

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