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Filhos

Ter um filho que usa óculos

Por Inês

O que mais custa em ter um filho que usa óculos, nesta idade tão tenrinha dos 2 aos 6,7 anos, é algo que eu nunca imaginei sequer que existisse, quanto mais que custasse. Não é a reacção das outras crianças, a estranheza ao objecto estranho enfiado na cabeça, o modelo certo  a escolher, as lentes permanentemente imundas, as fatalidades pelo caminho, e os euros que ficam por lá também. São mesmo os 5 dias antes de cada consulta. 

Quem tem filhos pequenos que usem óculos sabe, quem não tem nem sonha. Nos 5 dias antes de cada consulta temos de pôr nos olhos dos miúdos, duas vezes por dia,  gotas que dilatam a pupila, para que na consulta seja mais fiável um diagnóstico que não pode contar com grande ajuda dos próprios visados. 

É toda uma provação. Os miúdos odeiam, debatem-se para pôr as gotas, nós temos mesmo de pôr, que remédio, e têm de ficar bem postas, por isso toca a forçar um olho bem aberto. Parece que lhes vamos arrancar um dente à antiga, a alicate. Duas vezes por dia, em cada olho. Depois eles estranham imenso o efeito cumulativo, a pupila dilatada, enorme, deixa toda a luz entrar, ficam super sensíveis, estranham, não vêem como deve ser. Odeiam. Nós tentamos poupá-los à luz directa e tentamos não os expor a tanta luz, mas é tão difícil, sobretudo com dias lindos de primavera quase verão e nesta idade em que temos literalmente que levá-los ao picadeiro senão enlouquecem. Mantê-los fechados em casa é tortura, passear tortura é. 

O nosso caso é soft, estamos estabilizados há muito, mas eu torço pelos pais que têm de tapar olhos por causa do estrabismo, que ainda não atinaram com as diopterias, que acendem uma velinha ao botox, que lutam com os putos porque eles ainda lutam com os óculos. E que bom que é ter a ciência e a medicina do nosso lado, podermos diagnosticar tão cedo e agir tão depressa, tão eficazmente ajudar os nossos filhos a ver melhor, sempre e para sempre.

Mas no fim do dia todas nós sorrimos com uma nostalgia apertadinha quando finalmente tiramos os óculos aos putos e volta a nós a carinha linda e imaculada que todos os dias brilha por baixo das armações de cores garridas e lentes enormes. 

Tem de ser. E não há cá isso de ter peninha dos miúdos, de ceder a não usar os óculos, porque "ele não gosta...", porque nós não gostamos, ou simplesmente não estamos para isso. Tem de ser e acabou-se. E cá estamos nós, a aproveitar o fim de semana prolongado para o ritual das gotas e despachar a consulta na segunda. E desta vez o round é duplo, porque além do mais velho, também o mais novo passa pelas gotas, para ver se ele se safa dos óculos. Fingers crossed!

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5 comentário(s)

Lara12 de Junho, 2016 às 01:30:09
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Ola Inês. Como foi com o filhote grande? Conseguiu perceber facilmente que precisava de óculos?

Inês S.12 de Junho, 2016 às 14:38:04

Lara, apenas demos conta que alguma coisa estava errada quando ele começou a ficar estrábico à mesa, ao jantar. Depois começámos a somar 2+2 - a educadora queixar-se que era trapalhão, que tropeçava, ele ter deixado de ser tão participativo a "ler" os livros, pequenas coisas assim. Foi uns meses depois de fazer 3 anos e não o tínhamos ainda levado à consulta de oftalmologia, é suposto ser entre os dois e três anos… Foi assim, e de repente tinha milhões de dioptrias em cada olho… O estrabismo era causado pelo facto de serem graus diferentes em cada olho, um forçava mais que o outro, e assim continua. Mas entretanto tem evoluído bem, tem baixado bastante as dioptrias em cada consulta, talvez no fim da infância já não precise dos óculos! O ideal será ver com o pediatra sobre um rastreio de oftalmologia, pode ter algum problema e eles adaptam-se muito bem, não damos conta de NADA! Beijinho!

Lara13 de Junho, 2016 às 11:12:59

Beijinho... obrigada... qdo tudo é novo para nós... por vezes são estes pequenos textos que nos podem dar o click...

A Miúda15 de Junho, 2016 às 11:59:24
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O meu filho usa óculos. Já suspeitava e levei-o a uma consulta (ainda faltava uns mesinhos para marcar a 1ª consulta segundo a pediatra), o rapaz tinha-me dioptrias de 2,15 e 2,75. O médico disse logo que só podia tirar para tomar banho e dormir, de resto não havia sequer hipótese de ceder de vez em quando a não usar. Ele adaptou-se super bem mas na primeira vez que ele começou a tirar os óculos e disse que não lhe apetecia disse-lhe que se não usasse os óculos tinha de ir outra vez ao doutor pôr as pingas. Nunca mais tentou tirar e ainda chorou quando foi hora do banho e tirámos-lhe os óculos. Depois da explicação que para tomar banho e dormir tinha de tirar se não estragava, recompôs-se e agora faz parte do dia-a-dia. Mais rapidamente se lembra ele que faltam os óculos do que eu.

Diana Moraes21 de Junho, 2016 às 15:06:01
Responder

É mesmo um choque quando entramos numa consulta de rotina e saímos de lá com receita de óculos... achava mesmo que só ia "picar o ponto"... É uma grande mudança, e esteticamente muda um pouco a forma como gosto de a "arranjar". Ainda só tive a suplica das gotas duas vezes, estamos muito no inicio, e custa muito muito... :( mas o que espero mesmo é que daqui a poucos anos deixe de precisar... queria muito que ela se sentisse o mais livre possível sempre!

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