Era agora que o tempo bem podia parar. É hoje que eu paro e peço ao tempo que também se quede, que tenha peninha de mim, que sou apenas a mãe que o vê passar. E os vê crescer.

O meu filho mais velho faz hoje 5 anos e eu não posso acreditar que o rapazinho alto e magro, com ar entre o malandro e o "caixa-de-óculos" há apenas cinco anos atrás fazia de mim mãe, para sempre, e para sempre mudava tudo em mim e à nossa volta.

Era mesmo agora. O Pedro está um miúdo tão engraçado, com ideias do outro mundo, energia a rodos, sede de conhecer, mas ainda cabe - bem encolhido! - no meu colo, ainda gosta de falar à bebé, a ver se me convence, ainda quer mimos e peluches e todos os dias pergunta a que horas vêm os lobisomens. Tem a idade mais gira que um rapazinho pode ter.

O Miguel, que faz dois anos daqui a uma semana certinha também está perfeito. Está no limite entre o bebé e toddler, diz todas as palavras do seu mundo, tem uma graça infinita, faz caras e bocas, mas ainda é tão bebé.

Era agora que o tempo parava. Eu ficava para sempre com um rapaz mágico de cinco anos e um bebé crescido. Era agora. Eu não me importo de trocar fraldas para sempre, de levar com birras monumentais, de explicar mil vezes como é que aconteceu isto e aquilo e porque é que os Invizimals são para trocar, não para pulverizar. 

A partir de agora sei que o Pedro vai ser cada vez mais crescido até se tornar num adolescente parvo e que o Miguel deixará de ser o meu bebé. Já cresceram que chegue, a sério, pára tempo.

Ou será que cada novo ano, cada nova etapa ainda assim vai enternecer-me e fazer-me dizer que agora sim, estão tão, mas tão giros? Não quero saber, quero que fiquem assim para sempre!