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Mãe Bio-Lógica | Mais 10 Mitos sobre a Amamentação

Por Linda Barreiro

A semana passada trouxe 10 mitos sobre amamentação e ficou prometido que esta semana traria mais 10. Cá estão eles então. É certo que muitos mais existirão mas tentei focar aqueles que me parecem ser os mais comuns pela minha experiência ao longo destes 22 meses de amamentação.

1 – Mulheres com mamilos invertidos não podem amamentar.

Não é verdade. Embora possa, aparentemente, ser mais fácil um bebé mamar numa mama com mamilo proeminente, existem imensos bebés que mamam em mamilos planos. Se o bebé não mamar bem de início, a mãe deve recorrer a ajuda especializada de uma CAM ou de uma Consultora de Lactação. O mesmo é válido para mães com mamilos proeminentes.

 

2 - A mãe que amamenta não deve consumir café, chocolate, bebidas com gás, leguminosas, couve, etc.

Na verdade não está desaconselhado nada na alimentação da mãe. Importante é a diversificação alimentar e uma dieta equilibrada. Os alimentos que a lactente ingere não estão associados a sintomas de cólicas no bebé, como se apregoa por vezes, pois já passaram por um processo digestivo. De qualquer modo sabemos que as bebidas com gás e o chocolate também não têm grande valor nutricional por isso não farão falta à mãe. Quanto ao café desde que seja consumido de forma moderada, também não está contra-indicado. Se o bebé fizer cocó verde e a mãe tiver comido couve ou espinafres é apenas uma coincidência e não uma consequência. Porém temos a tendência para fazer a ligação entre todas as proposições do siligismo e por vezes retirar conclusões erradas. De uma forma genérica a mãe deve manter o tipo de alimentação que esteja habituada até então e tudo se processará de forma normal.

 

3 - Quando as mamas estão moles é sinal de pouco leite ou que o leite secou.

A partir do momento em que a amamentação está devidamente ajustada e regulada acontece frequentemente que as mulheres não têm a sensação de mama cheia e por esse motivo acreditam que têm pouco ou nenhum leite. É por esta altura que muitas mães deixaam de amamentar também ou começam a suplementar. É importante esclarecer que a mama é uma unidade de produção de leite, ou seja está sempre a produzir leite. Depois de um período inicial de auto-regulação a mama deixa então de funcionar como depósito, ou seja, o leite é produzido logo após o bebé ter esvaziado a mama em resposta a mecanismos hormonais. Assim aquela sensação inicial de “mama cheia” vai-se mas não é razão para alarme!

 

4 - Existe uma posição ideal para amamentar.

A posição ideal para amamentar é definida pela mãe e pelo bebé. Basicamente importa que encontrem uma, ou mais posições, em que consigam estar confortáveis, descontraídos e relaxados. Para ajudar o bebé a fazer uma boa pega existe uma posição chamada “posição do braço cruzado” podem ver aqui. Desde que descobri esta posição que consegui melhorar a pega do meu filho. Basicamente a mãe está sentada e pega no bebé só com um braço (que deve fazer a forma de um ângulo reto). A mãe deve segurar na cabeça do bebé com a mão e ampar o rabo do bebé com a dobra do cotovelo. Depois deve levar o bebé até a altura da mama, mantendo-o próximo do mamilo, deixando que seja este a procurá-lo e não levando o mamilo até ele. Se o bebé estiver com a boca bem aberta e com os lábios virados para fora, abocanhando a auréola, tudo indica que irá conseguir tirar a quantidade de leite adequada.

 

5 - Para produzir mais leite deve beber-se mais leite.

Isto não é de todo verdadeiro. Qualquer tipo de alimento em quantidade suficiente é capaz de produzir leite materno. Na realidade, quanto mais o bebé mamar, mais leite a mãe produz. Daqui se pode concluir que a capacidade de produção de leite não está relacionada com nenhum alimento em particular.

 

6 - Se não amamentar o primeiro bebé, não conseguirá amamentar o segundo.

Esta crença é errada. Conheço muitas pessoas que não amamentaram, ou que deixaram de amamentar cedo os primeiros bebés, mas que conseguiram amamentar os segundos e os terceiros filhos. Muitas vezes a primeira experiência pode não correr bem por algum motivo mas a segunda já corre melhor. Também se pode dar o caso da mulher optar por não amamentar o seu filho. Nestes casos o mesmo é válido, ou seja se a mesma mulher decidir amamentar o segundo filho conseguirá com toda a certeza.

 

7 - Um bebé com diarreia não deve ser amamentado.

O melhor tratamento que um recém-nascido ou bebé pode ter é o leite materno. Normalmente quando os bebés estão com gastroentrites ou doentes o que toleram melhor é o leitinho da mãe e é também o melhor que podem receber. Deve oferecer-se mais vezes a mama nestas circunstâncias pois o leite materno é o melhor “antibiótico” natural.

 

8 - Se os bebés mamarem muito significa que o leite da mãe não é suficiente.

Existem muitos motivos para que um bebé queira mamar e a fome pode ser apenas um deles. Os bebés que são amamentados procuram muitas vezes conforto, proximidade, abrigo, segurança e mimo no peito das suas mães. Por outro lado o leite materno também é de fácil digestão, o que quer dizer que um bebé que mame fica saciado por menos tempo do que um bebé que tome leite adaptado.

 

9 - Peitos pequenos não produzem leite suficiente.
A capacidade de amamentar da mulher não se prende com o tamanho dos seus seios. A produção de leite está dependente das glândulas que se encontram em peitos de qualquer tamanho.

 

10 - Deve oferecer-se água ao bebé.

Se o bebé estiver a ser amamentado em exclusivo não existe qualquer necessidade de oferecer água, pois ele obtém a quantidade de água necessária através do leite materno. Nos dias de mais calor deve-se oferecer mais vezes leite materno ao bebé. É também nestes dias que o leite da mulher apresenta variações na sua composição, mais enriquecido em sais minerais, precisamente para colmatar esta necessidade do bebé. A Natureza Humana perfeita em toda a sua plenitude, diria uma vez mais!

 

 

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