Não deles, minhas.
Este vídeo tornou-se viral: uma câmara de canal de notícias apanhou em cheio uma mãe que reconheceu em casa, na TV, em directo, o seu filho de 16 anos, encapuzado, a participar nos motins de Baltimore. Saltou de casa, apanhou-o no meio da multidão (em motim! encapuzado!), arrancou-o dali para fora à chapada e trouxe-o para casa, entre gritos e responsos.
Se fosse eu a apanhar um dos meus filhos nestes preparos agiria exactamente da mesma forma. Com o mesmo desespero, recorrendo aos mesmos "meios", por assim dizer. Corria-o dali debaixo de muitas palmadas, o Inferno abater-se-ia sobre ele com toda a fúria de mãe.
Este vídeo é mais um exemplo de situações que andam a perturbar-me cada vez mais. Os miúdos que fazem asneiras, que começam a viver a sua vida e só dá para o torto. Bem se diz que quando os filhos crescem as preocupações apenas aumentam - como é mesmo o provérbio?
No meu caso, já ando a sofrer por antecipação. Assim que engravidei do Pedro, começou a choradeira de cada vez que via notícias de crianças a sofrer. E não melhorou com o passar do tempo, apenas piorou.
Agora não me bastam as notícias da TV. Agora basta-me sair porta fora. Sempre que estou a passar pela rua e vejo um ou mais miúdos adolescentes na conversa, ou com cara de que vão fazer artes, eu fico fixa a olhar e imediatamente imagino o Pedro naquela situação. "Mas o que está este miúdo a fazer sozinho na rua a esta hora? O que andará ele a aprontar? Mas não tem pais? Ele ainda vai morrer." Sim, os pensamentos são sempre catastróficos, é instintivo. Mesmo que sejam seis da tarde e ele esteja simplesmente à espera de alguém. Para mim nada é inofensivo, penso sempre o pior de tudo quando vejo teens na rua e penso imediatamente nos meus filhos naquela situação.
É um tormento que me assalta desprevenida. Eu vou a andar muito bem e de repente aparece um miúdo que imediatamente me faz imaginar o Pedro ou o Miguel assim crescidos e vem uma parede de angústia contra a minha alma, até me custa respirar. Daqui a nada chega o dia em que os meus filhos vão poder andar assim soltos pela rua e não me vai restar mais nada além de confiar.
Não cresçam, não cresçam, não cresçam.
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