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Filhos

Consultório de Parentalidade | Rivalidade entre Irmãos

Por Magda Gomes Dias

As minhas gémeas, de 8 anos, andam na dança e este ano iniciaram as competições. Até agora tem sido pacífico pois as duas têm estado ao mesmo nível de desempenho, a questão começa a colocar-se agora em que há uma que se destaca mais que outra, e eu confesso Magda que não sei como agir. Não posso ignorar os bons resultados de uma, mas por outro lado percebo que a outra se sente triste. Como agir? Ficaria muito agradecida se me ajudasse a pensar...

 

Minha querida,

A sua questão é tão pertinente e imagino que o seu coração esteja inquieto.

A situação que me descreve é comum nos irmãos e sobretudo nos gémeos. Desta vez acontece na dança e vai continuar a acontecer em muitas outras situações ao longo do crescimento e até na vida adulta.

É importante realçar aquilo que já sabe – que mesmo tendo nascido ao mesmo tempo, estamos perante pessoas diferentes e é muito importante que se possa lembrar sempre disto.

Neste momento aquilo que vai ajudar as filhas – as duas e também a si – é a validação dos sentimentos.

‘Hmmm... estás tristinha hoje... eu vi que ficaste triste por não teres conseguido fazer a cambalhota perfeitinha, não foi?’

Ao dizer-lhe isto está a mostrar que esteve atenta ao desempenho dela – toda a gente gosta de ser notada. É sinal que temos valor para os nossos pais. Não a vai estar a magoar ao dizer que sabe que ela não conseguiu fazer um determinado exercício. Ela sabe disso. No entanto, vai dizer que esteve atenta. Esta atenção é amor.

Não viu a filha a fazer o exercício? Adapte o texto e diga qualquer coisa como ‘Não conseguiste fazer algum exercício como querias? Eu conheço-te – queres falar agora ou mais tarde?’

Fale com cada uma delas a sós – é importante que enfrente a questão. Na verdade, não é não falando sobre ela que vai fazer com que ela desapareça – muito pelo contrário. Por outro lado, quando falar com elas vai dar um sinal inequívoco de que está tudo bem – por isso mesmo está à vontade para conversar sobre ele.

 

Ensine-as a gerir a raiva e a frustração destes processos. Com a sua ajuda, vai correr bem.

 

Fique também em paz consigo – imagino que possa mexer consigo querer ficar contente por uma mas isso não invalida que não seja empática com a outra. Na verdade, esta situação vai ser uma constante na vossa vida por isso fique feliz quando tem de ficar e seja empática sempre que tiver de ser.

 

Finalmente, gostava que escutasse esta entrevista que dei na TSF e onde falo justamente disso:

“Anda um pai a criar dois filhos de forma igual e um sai-lhe doutor e o outro sai-lhe drogado. Que mal fiz eu?”

Pois... criou de forma igual quando os dois tinham naturezas diferentes...

 

Espero ter ajudado! Depois dê notícias.

 

Os próximos workshops da Magda Dias estão mais próximos de si.

A Autoridade e a obediência

A Auto-Estima da Criança 

São workshops à distância, em tempo real e com a Magda a trabalhar consigo. Veja tudo neste link. Para mais informações contacte info@parentalidadepositiva.com

 

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3 comentário(s)

Susana P.30 de Janeiro, 2015 às 12:39:13
Responder

Bom dia! Também tenho duas gémeas de 8 anos e passo por este dilema talvez desde a idade dos 2 para os 3 anos, altura em que se começou a acentuar mais a rivalidade. É bem difícil para uma mãe gerir estas situações e também já tive de recorrer a ajuda profissional. Resultou, e ao longo de um ano tanto elas, principalmente uma delas, como eu aprendemos a gerir e lidar melhor com estas situações. E uma coisa curiosa e que desde cedo se notou foi que elas sempre escolheram actividades diferentes para não permitir que fossem comparadas em mais um aspecto das suas vidas. E desde sempre, às vezes com muito sacrifício pessoal e de horários, lhes permiti isso mesmo contra as criticas de muitos que não entendem este dilema de mãe de gémeas, e o que significa querer proporcionar o desenvolvimento autónomo a dois seres maravilhosos, que são os filhos, e que por inerência da vida chegaram ao mesmo tempo ! Mas também vejo este desafio diário como um projecto de vida, encarando-o agora de forma mais serena, e à espera dos próximos que se avizinham certamente, com o crescimento de ambas. Felicidades...

Liliam10 de Março, 2015 às 08:18:18

I think you've just captured the answer peeftcrly

Alexandra Cardoso06 de Fevereiro, 2015 às 19:40:32
Responder

Ainda estou do lado dos filhos e é difícil sentir os irmãos a fazerem muitas coisas direitinhas e nós não. Disseram que ajuda terem coisas diferentes para fazer mas não sei se é bem assim. Bem sei como me sentia quando o meu irmão era ótimo no piano e eu horrível no karaté. Somos de idades diferentes, gêneros diferentes, personalidades diferentes. Mas acho que infelizmente não é assim tão fácil reparar nisso quando somos nós que nos sentimos mal. Sim, estou a falar na 1ª pessoa mas acredito que seja assim para toda a gente. Afinal todos os problemas são importantes para quem os tem, certo? Mas mesmo assim conseguiu notar as coisas realmente importantes. Que mesmo quando falhamos o que importa é sabermos que temos ao nosso lado aqueles que mais amamos. Obrigada pelo seu texto. Sorrisos, Alexandra :) The Sweetest Life

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